Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2019
Um dos maiores desafios que as empresas enfrentam no desenvolvimento dos assistentes de voz é equilibrar privacidade e privacidade do usuário. Confiar apenas nos comandos de voz até pode ser conveniente, mas o que acontece quando essas ações dependem de informações protegidas pela tela de bloqueio do celular? Bom, ao que tudo indica, o Google está avaliando essa questão e vem testando uma espécie de “relaxamento” das restrições do bloqueio de tela e vem permitindo que os usuários enviem mensagens de texto sem a necessidade de desbloquear seus smartphones.
O pessoal do 9to5Google teve acesso à funcionalidade no formato de um teste “A/B”, presente na versão 10.28 — em fase beta — do aplicativo do Google. Normalmente, quando você pede que o Assistente envie uma mensagem via WhatsApp, Facebook Messenger, Skype ou Hangouts, ele, primeiro, pede que você desbloqueie o dispositivo. No entanto, na edição analisada do app do Assistente, esse pedido de desbloqueio some e as mensagens são enviadas normalmente.
Inclusive, na própria tela de bloqueio do telefone Android usado, é possível ver o comando “Enviar texto”. Em seguida, basta especificar o destinatário, ditar a mensagem e enviá-la. A partir daí, o Assistente fornecerá uma confirmação visual e verbal.
Ainda segundo o 9to5Google, esse recurso está habilitado apenas em alguns modelos, com algumas versões do Android. Em um Pixel 3, com o Android 9 Pie, o SMS do Google Assistente estava totalmente operacional em telas bloqueadas. Já em outro Pixel 3, executando o Android Q, isso não aconteceu.
Não está claro se essa funcionalidade ganhará todos os smartphones Android, principalmente a partir das versões Pie e Q. Muitas vezes, o recurso pode apenas ser um teste do Google para ver como ele funcionaria, sem que a privacidade dos usuários seja comprometida. Daí a chegar ao grande público, é uma outra história.
Funcionários
Para melhorar a inteligência artificial da Assistente, o Google utilizava funcionários terceirizados para transcrever clips de áudio capturados pelo software instalado em smartphones. Segundo reportagem da VRT NWS, esses funcionários transcreviam informações sensíveis como nomes, endereços e detalhes envolvendo vidas pessoais de usuários.
A VRT NWS ainda nota que muitos desses áudios gravados são capturados por acidente, ou seja, sem qualquer acionamento do usuário (como a frase “OK Google”). Entre os áudios que o jornal teve acesso, cerca de 1 mil, 153 deles eram gravações realizadas totalmente por acidente.
Em entrevista, um dos funcionários contratados para o trabalho afirmou que ele chega a transcrever cerca de 1 mil clips de áudio do Google Assistant por semana. Entre os casos, ele ainda cita que chegou a ouvir uma voz feminina “em apuros”, um possível caso de “violência física”.