O Google agiu neste ano para ampliar o controle sobre pesquisas publicadas por seus cientistas, fazendo uma revisão sobre tópicos sensíveis. Em pelo menos três casos, pediu aos autores para evitarem manifestar uma visão negativa sobre a tecnologia da empresa, segundo documentos internos e conversas com pesquisadores envolvidos no trabalho.
O Google pede para que os pesquisadores consultem equipes jurídica e de relações públicas antes de avançarem sobre tópicos que envolvam análise de rostos e sentimentos e categorizações de raça, gênero e afiliação política.
“Avanços na tecnologia e o crescimento da complexidade de nosso ambiente externo estão cada vez mais levando a situações onde projetos aparentemente inofensivos criam questões éticas, computacionais, revogatórias ou jurídicas”, afirma um dos documentos.
A Reuters não pode determinar a data da publicação, embora três funcionários da empresa afirmem que a política começou a ser aplicada em junho. Representantes do Google não comentaram o assunto.
Quatro cientistas da empresa, incluindo a pesquisadora sênior Marraste Mitchell, afirmaram que acreditam que o Google está começando a interferir em estudos importantes sobre perigos da tecnologia.
“Se pesquisamos um assunto dada nossa expertise e não podemos publicar isso porque não está em linha com uma revisão de alto nível de nossos pares, então estamos nos metendo em um problema sério de censura”, disse Mitchell.
Histórico
Disputas entre o Google e alguns de seus funcionários se tornaram públicas neste mês, após a saída abrupta da especialista em ciência de computação Tilinta Gebru, que liderava uma equipe de 12 pessoas com Mitchell, focada em ética de software de inteligência artificial. Gebru afirma que o Google a demitiu após ela questionar uma ordem de não publicar um pape que afirma que ferramentas de IA que imitam a fala podem deixar em desvantagem populações marginalizados.
Google Fotos
Parece que a iniciativa do Google de possibilitar que usuários treinem inteligência artificial por meio do Google Fotos tem dado resultado. Isto porque, a partir do próximo mês, o app receberá atualização com o novo recurso Fotos Cinematográficas, baseado em IA, permitindo que o Google Fotos possibilite imagens em 3D. No começo deste mês, o aplicativo lançou outro upgrade que já trouxe novidades.
A intenção desta nova funcionalidade é tornar as fotos registradas nas férias, em festas de família ou em qualquer outro momento marcante muito mais vivas. Dessa forma, o Google optou por utilizar aprendizado de máquina para identificar a profundidade da imagem e reproduzi-la em 3D de maneira realista.
A função denominada como Fotos Cinematográficas possibilitará um “efeito panorâmico suave – exatamente como nos filmes”, segundo a gigante da tecnologia. Desse modo, o compartilhamento de cada vídeo gerado poderá ser feito com apenas alguns toques.
Além disso, encontrar esta ferramenta deverá ser fácil, considerando que ela aparecerá no topo da grade de fotos do app assim que estiver disponível. Acima de tudo, cabe lembrar que as novas funcionalidade devem começar a aparecer apenas nos sistemas com a última versão do aplicativo, por isso é importante estar atento a este aspecto.
“À medida que o ano está chegando ao fim, o Google Fotos está aqui para ajudá-lo a relembrar suas lembranças queridas – e, no início de 2021, estaremos lá para ajudá-lo a aproveitar as novas que criar ao longo do caminho”, disse a empresa em postagem sobre a nova atualização.