Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2018
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), moveu uma ação contra o Facebook para retirar do ar um vídeo postado pelo perfil atribuído ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC), do Rio de Janeiro. Na ação, o tucano também reivindica uma multa diária de pelo menos R$ 3 mil à empresa responsável pela rede social e a quebra do sigilo dos dados de quem fez a postagem.
A assessoria de imprensa do parlamentar, no entanto, confirmou que o perfil responsável pela postagem é mesmo administrado por ele, que é filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Na última sexta-feira, em caráter liminar (provisório), a Justiça Estadual de São Paulo negou os pedidos de Alckmin, sob a conclusão de que não há elementos suficientes para que a Justiça acate as demandas da defesa de Geraldo Alckmin. Os advogados do governador devem recorrer.
Já a assessoria de imprensa do Facebook informou que a companhia ainda não foi notificada sobre a ação e que, por isso, não se pronunciaria sobre o caso.
O vídeo que Alckmin quer excluído foi postado no dia 25 de dezembro do ano passado. Nas imagens, o governador paulista aparece celebrando a criação do secretariado de diversidade tucana, uma instância dentro do PSDB voltada para a discussão de políticas públicas voltadas para a comunidade LGBT.
Esse material, que foi editado, mistura momentos em que Alckmin aparece discursando e fotos de manifestações promovidas por defensores dos direitos de homossexuais, transexuais e outros grupo. Junto ao vídeo, o perfil critica e ironiza Alckmin.
“Como se não bastasse estar metido na Operação Lava-Jato e em tantos outros escândalos de corrupção, mais essa do candidato que querem induzir a acreditar que é de ‘centro-direita’, mas está em conluio com a militância que você já conhece. Esse, que a mídia diz que ganhará as eleições de 2018”, diz a postagem.
Para o advogado Fábio de Oliveira, que defende Alckmin, o vídeo tinha o intuito de ofender e ridicularizar o governador. “O objetivo claro deste vídeo era o de denegrir, ofender e ridicularizar o governador Alckmin. Por isso pedimos a exclusão do vídeo”, afirmou.
O advogado disse que a quebra do sigilo cadastral dos responsáveis pela postagem foi pedida para que a defesa do governador possa, futuramente, pedir algum tipo de indenização. A Polícia Civil de São Paulo já instaurou um inquérito no início deste ano para apurar, criminalmente, eventuais responsabilidades pela postagem.
Presidenciáveis
A ação movida por Alckmin contra o Facebook acontece em meio ao afunilamento do processo eleitoral. Ele e Jair Bolsonaro são pré-candidatos à Presidência da República e disputam os votos dos setores de direita e centro-direita.
Segundo pesquisa de intenção de votos mais recente realizada pelo instituto Datafolha, o deputado lidera a corrida presidencial no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele aparece com 18% das intenções de voto, enquanto Alckmin (que concorreu em 2006) tem 8%.