Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2020
O governo argentino anunciou a autorização em todo o território nacional de encontros de até dez pessoas ao ar livre, com uso obrigatório de máscara e pelo menos dois metros de distância. A capital argentina também irá habilitar espaços gastronômicos ao ar livre com no máximo quatro pessoas por mesa a partir desta segunda-feira (31), após receber aval do governo nacional.
As reuniões em espaços fechados ainda estão proibidas, depois de país registrar um recorde de infecções por Covid-19, com 11.717 novos casos nas últimas 24 horas. Depois de ficar concentrada na capital e na província de Buenos Aires, a doença vem se disseminando com mais velocidade em províncias do interior que haviam retomado as atividades entre abril e maio.
“Se nos descuidarmos, não há sistema de saúde que resista”, alertou o presidente Alberto Fernández em mensagem gravada que foi veiculada nas redes sociais e na qual estendeu a restrição de atividades que anunciou pela primeira vez no dia 20 de março.
A Argentina, com 44 milhões de habitantes, atingiu 391.996 casos e 8.271 óbitos totais nesta sexta-feira, dentre os quais 222 foram notificados nas últimas 24 horas.
Após o confinamento total nos meses de março e abril, o governo passou a autorizar a reabertura das atividades com medidas preventivas rigorosas, como o uso obrigatório de máscara, a limitação do número de pessoas que podem entrar nas empresas ou partilhar espaços de trabalho, e restringiu o serviço de transporte público apenas para trabalhadores essenciais.
Mas as infecções ainda estão aumentando e a população está cansada, e assim cada vez menos pessoas respeitam as proibições de se reunir com a família ou amigos. Os encontros clandestinos tornaram-se a principal fonte de contágio, segundo o governo.
“Os casos, mortes e áreas afetadas estão aumentando na América”, disse o presidente. “Apesar disso, na Argentina o número de mortes por milhão de habitantes continua sendo comparativamente menor do que em outros países”, disse ele, mostrando gráficos que mostram esse número em 173.
O Brasil é o oitavo país com maior numero de mortes por milhão de habitantes.
Em seu pronunciamento, o presidente citou a preocupação do governo com o rápido crescimento dos casos no interior do país, principalmente na província de Jujuy, ao Norte, e afirmou que lá “o sistema de saúde está no limite”.
“Há um mês e meio 93% dos novos casos eram na Amba (Área Metropolitana de Buenos Aires). Nas demais províncias eram apenas 7%. Já nas províncias esse percentual se multiplicou por cinco, e hoje representa 37 % do total de casos”, disse. “O problema não é mais apenas a Amba, o problema está em todo o país”.
Na área metropolitana de Buenos Aires “parece haver alguns dados animadores”, disse Fernández, embora tenha pedido para que as pessoas não abrandem as precauções.
Na semana passada, milhares de pessoas, incentivadas por líderes da oposição, se manifestaram nas principais cidades do país contra o governo e a quarentena, em uma ação criticada por epidemiologistas.