O governo da Venezuela criticou as sanções dos Estados Unidos contra a companhia aérea estatal Conviasa e responsabilizou o líder da oposição, Juan Guaidó, pelas restrições, pedindo uma investigação criminal contra ele.
“Rejeitamos veementemente esse ataque e essa nova agressão do governo dos EUA contra nossa companhia aérea Conviasa. É inaceitável”, disse Tareck El Aissami, vice-presidente da área econômica, em um dos hangares da empresa no aeroporto Maiquetía International, principal terminal aéreo do país.
El Aissami atribuiu a medida a Guaido, chefe parlamentar reconhecido pelos Estados Unidos e por 50 países como presidente encarregado da Venezuela.
“O Ministério Público deve abrir uma investigação contra esse deputado, um traidor da pátria. Eles foram a Washington não apenas para rastejar diante do senhor imperial, mas também para solicitar sanções contra empresas do Estado venezuelano”, afirmou.
As sanções anunciadas na sexta-feira (7) pelo secretário do Tesouro Steven Mnuchin bloqueiam qualquer transação da Conviasa com cidadãos e empresas dos Estados Unidos.
Apesar das sanções, a Conviasa “continuará operando de maneira absolutamente normal”, disse El Aissami, que informou que a empresa tem cerca de 2 mil trabalhadores.
A companhia aérea atende o mercado doméstico, mas também possui vôos internacionais para destinos como Bolívia, Equador, México, Panamá e República Dominicana.
Apoio da Rússia
A Rússia anunciou que ampliará a cooperação econômica e militar com a Venezuela apesar das sanções impostas por países como os Estados Unidos.
“Fechamos nosso caminho de trabalho futuro para aprofundar nossa cooperação econômica comercial de investimentos e em outras esferas apesar das sanções ilegítimas”, afirmou o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, após uma reunião com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas.
O objetivo do acordo de cooperação militar, de acordo com o chefe da diplomacia do Kremlin, é “aumentar a capacidade de defesa” dos venezuelanos “contra ameaças externas”.
A Rússia é um dos maiores aliados políticos e comerciais do chavismo. Desde a ascensão de Hugo Chávez ao poder, estima-se que os dois países assinaram 300 acordos de cooperação. Segundo a agência de notícias russa Interfax, os contratos no campo técnico-militar entre Rússia e Venezuela são de cerca de US$ 11 bilhões.
A Venezuela possui ao menos 20 unidades do caça-bombardeiro russo Sukhoi Su-30, cujas características são similares aos dos F-15 Strike Eagle dos EUA, além de armamento antiaéreo e radares de tecnologia da Rússia.
Também está sendo construída na Venezuela uma fábrica de rifles AK-47, arma que já é usada pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).