O Palácio dos Bandeirantes estima que resultados de testes da CoronaVac sejam divulgados até dia 22 e que eficácia deva ficar acima de 90%. Em evento no final de semana, o governador de São Paulo, João Doria, disse que ‘não há motivo’ para confisco das doses, mas integrantes da equipe confirmaram que o governo está pronto para recorrer ao Supremo se o governo federal tentar recolher as vacinas contra covid-19 produzidas pelo Instituto Butantan.
No evento, ele comentou polêmicas envolvendo a vacina CoronVac, produzida em parceria com o Instituto Butantan. Doria afirmou que não há razão para um eventual confisco das vacinas, mas fontes ligadas a ele disseram que o setor jurídico do governo paulista já está pronto para recorrer ao Supremo caso isso aconteça. Integrantes da equipe de Doria também disseram que o resultado dos testes da vacina contra a covid-19 do Instituto Butantan deve der divulgado em até dez dias. O governador criticou, ainda, associações de bares e restaurantes que reclamaram de restrições para conter o avanço da pandemia.
Doria também afirmou que mantém a previsão de iniciar a vacinação contra a covid-19 em 25 de janeiro, mesmo que o governo federal inclua a CoronaVac no Plano Nacional de Imunização. Ele disse ainda que 12 Estados e mais de mil municípios já se mostraram interessados em comprar o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
O governo Jair Bolsonaro vai editar Medida Provisória (MP) para abrir crédito de R$ 20 bilhões para compra de vacinas. Com a medida, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deve reforçar o discurso de que a sua pasta vai comprar e distribuir todas as vacinas disponíveis do País, incluindo a Coronavac. “É o que queremos desde o início de outubro, quando o ministro anunciou a compra e, menos de 24 horas depois, foi desautorizado pelo presidente. O que questionamos é por que começar a vacinação apenas em março, se temos capacidade para fazê-lo em janeiro?”, disse o tucano.
Segundo Doria, a aquisição da vacina pelo ministério não atrapalharia as negociações paralelas que Estados e municípios têm feito com São Paulo, já que eles também seriam incorporados ao sistema nacional. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), comentou sobre o plano de uma MP com intenção de centralizar a compra de imunizantes. Isso motivou reações sobre a possibilidade de confisco por parte de Bolsonaro – o ministério negou a ideia. “Esperamos que isso não aconteça, porque isso seria inconstitucional”, disse Doria.