O Governo de Minas Gerais decretou situação de emergência em 47 municípios afetados pelas chuvas que atingem o Estado desde a última sexta-feira, 24. Segundo a Defesa Civil do Estado, 30 pessoas morreram, sete ficaram feridas e 17 seguem desaparecidas. além disso, há 2.620 pessoas desalojadas e 911 desabrigadas. Parte das vítimas foram soterradas depois de desabamentos de residências.
Conforme o decreto, publicado neste domingo, 26, no Diário do Executivo estadual, intensas precipitações pluviométricas causaram múltiplos desastres, como inundações, movimentos de massa, enxurradas e alagamentos.
O documento ainda estabelece luto de três dias, a contar deste domingo, em sinal de pesar pelas vítimas dos desastres naturais. Entre a quinta-feira, 23, e a sexta, 24, Belo Horizonte registrou recorde do volume de chuvas em 24 horas: 171,8 milímetros. O maior marca era de 164,2 milímetros, em 14 de fevereiro de 1978. As medições são realizadas há 110 anos.
As precipitações deixaram comunidades inteiras ilhadas. No interior do Estado, em cidades como Matipó e Manhuaçu, ambas na Zona da Mata, há relatos nas redes sociais de inundação e pessoas ilhadas.
Em Belo Horizonte, moradores da Vila Bernadete no Barreiro, onde os bombeiros faziam buscas por vítimas, afirmaram ter tentado telefonar para Defesa Civil Municipal e não conseguiram contato na sexta-feira, 24, quando as chuvas atingiram fortemente o bairro. O prefeito Alexandre Kalil, que acompanhava o trabalho de resgate, disse que, durante parte do dia — o período exato não foi especificado —, o sistema de telefonia da Defesa Civil apresentou problemas que, ainda conforme Kalil, tiveram origem na operadora do serviço.
Mortes
Três pessoas morreram e uma está desaparecida depois de um deslizamento de terra registrado nesta sexta-feira (24), em Ibirité, em Minas Gerais, durante as fortes chuvas que atingem o Estado. As áreas mais castigadas são Belo Horizonte e a região metropolitana da capital, onde fica Ibirité.
Das três vítimas confirmadas, duas são crianças. Uma delas tinha seis anos. O deslizamento ocorreu no bairro Vila Ideal. Segundo a Defesa Civil, a pessoa desaparecida pode estar soterrada. Há ainda 1.940 desalojados e 403 desabrigados em 16 cidades do Estado.
No município de Rio Piracicaba, na região central de MG, 40 detentas estão sendo retiradas do presídio por causa da elevação do rio e transferidas para Ponte Nova, na Zona da Mata.
Desde a manhã de quinta, 23, chove muito em Belo Horizonte e Grande BH. Encostas desabaram e os rios tiveram aumento de nível. A capital registrou inundações em vias que margeiam ribeirões e a no entorno da Lagoa da Pampulha. Até o momento, não há registro de vítimas na cidade.
Informes enviados à população da cidade por mensagens de SMS mostravam a possibilidade de chuvas na capital em volume entre 130 milímetros e 150 milímetros entre 8 horas desta sexta e o mesmo horário de sábado, 25. A média para o mês de janeiro é de 274 milímetros.
Espírito Santo
No Espírito Santo, estado castigado pelas tempestades na semana passada, a Defesa Civil contabilizou sete mortes, sendo quatro em Iconha, município de 13 mil habitantes na região sul capixaba. A cidade parou. “Está tudo destruído”, diz o taxista Natanael Belmock Novatti, de 29 anos, morador da cidade.
Em Iconha, no Espírito Santo, pontes foram destruídas e o calçamento das ruas arrancado. “Comerciantes aqui estão dizendo que não vão voltar a funcionar, de tanto prejuízo”, afirma o taxista. “A prefeitura está tentando arrumar, mas é muita destruição. Trafegar de carro é praticamente impossível. Corrida aqui hoje é uma na vida outra na morte”, diz o motorista, que é casado e tem um filho de um ano e meio.