Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2020
O governo brasileiro avançou nas tratativas para a compra de 70 milhões de doses da vacina da farmacêutica Pfizer contra a covid-19, com previsão de serem fornecidas em 2021. De acordo com o Ministério da Saúde, “os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção”.
“O governo brasileiro e a Pfizer avançam nas tratativas na intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer e Biontech contra a Covid-19, a ser fornecido em 2021. Os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção”, diz nota divulgada pelo Ministério da Saúde.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que qualquer vacina que receber o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será ofertada a todos os brasileiros de graça.
“Em havendo certificação da Anvisa (orientações científicas e preceitos legais), o governo ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória”, disse Bolsonaro em suas redes sociais.
Na semana passada, executivos da Pfizer cobraram o governo brasileiro a fechar um acordo de aquisição de lotes da vacina o quanto antes. O diretor da farmacêutica no Brasil, Alejandro Lizarraga, disse na ocasião que o prazo era curto, questão “de alguns dias, ou talvez uma semana”.
O principal argumento que a Pfizer apresentou para persuadir o governo brasileiro a finalizar a compra foi justamente o prazo com que a empresa conseguiria entregar doses do imunizante, que no Reino Unido começa a ser aplicado nesta terça-feira (8).
Em novembro, a conclusão dos testes da fase 3 da candidata a vacina contra covid-19 mostrou que a eficácia alcançada foi de 95% na prevenção à doença, e não houve efeitos colaterais graves. Os dados ainda não foram publicados em revista científica.
O desafio logístico para a vacina da Pfizer, por sua vez, foi um dos motivos apontados pelo governo para não priorizar a compra do imunizante. A vacina necessita de conservação a -75ºC, o que é comparável, segundo especialistas, às dificuldades para obtenção de respiradores no começo da pandemia.
O Brasil já possui acordo fechado com a vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e a Astrazeneca.
Diante do anúncio de Doria, Bolsonaro decidiu que precisaria apresentar alguma novidade do governo federal como resposta. O presidente então convocou uma reunião de emergência para as 17h30, no Palácio do Planalto, da qual participaram os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Braga Netto (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações), além do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, e do secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten. No encontro, o presidente bateu o martelo sobre o anúncio do avanço das negociações com a Pfizer, que já vinha sendo costurado nos últimos dias. A postagem nas redes sociais sobre a garantia de vacinação de “toda a população” também foi feita durante esta reunião.