Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de março de 2021
O Ministério da Saúde anunciou, nessa quarta-feira (3), que prevê a chegada de 400 mil doses da vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia contra a covid-19, ainda em março. O Brasil deverá receber ao todo, até maio, 10 milhões de doses da vacina, segundo a pasta.
A vacina ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo a pasta, a negociação está “em processo das tratativas finais” para a compra da vacina. O contrato é de R$ 639,6 milhões.
A previsão anunciada nesta quarta é uma mudança em relação ao cronograma anterior, que previa as primeiras doses para abril e a entrega final até junho. O ministério afirmou, entretanto, que a nova data ainda pode sofrer mudanças.
Veja a nova previsão de chegada:
— Março: 400 mil (importadas da Rússia);
— Abril: 2 milhões (importadas da Rússia);
— Maio: 7,6 milhões (importadas da Rússia).
Segundo o governo, há expectativa para produção local com a transferência de tecnologia da vacina para a farmacêutica brasileira União Química. As estimativas apontam para 8 milhões de doses da Sputnik V produzidas no Brasil por mês.
Eficácia
A vacina desenvolvida na Rússia é aplicada em duas doses. No mês passado, resultados publicados na revista científica ‘The Lancet’ apontaram que a Sputnik V teve eficácia de 91,6%. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.
A vacina também funcionou em idosos: uma subanálise de 2 mil adultos com mais de 60 anos mostrou eficácia de 91,8% neste grupo. Ela também foi bem tolerada nessa faixa etária.
Os pesquisadores – assim como os todos os desenvolvedores de vacinas da covid-19 até agora – só mediram os casos sintomáticos da doença para calcular a eficácia da vacina. Por isso, mais estudos são necessários para determinar a eficácia da vacina em impedir a transmissão da doença.
Os imunizantes desenvolvidos contra o coronavírus até este momento têm tido como função principal impedir casos graves e mortes pela doença – e não necessariamente a sua transmissão.
A vacina é a quarta a ter resultados publicados em uma revista, depois de Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Moderna. Quando isso acontece, significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.
Outra observação feita pelos cientistas é que ainda não é possível determinar a duração da proteção que a vacina oferece, porque os dados foram analisados cerca de 48 dias após a primeira dose.
CoronaVac
O Brasil recebeu, nessa quarta-feira (3), mais 2,5 milhões de doses da CoronaVac. Segundo o Ministério da Saúde, o novo lote é destinado a “vacinar o restante dos trabalhadores da saúde, indígenas do Estado do Amazonas e pessoas de 80 a 84 anos”.