Por Redação O Sul | 24 de março de 2020
O governo da Itália publicou um decreto que autoriza prorrogar até 31 de julho as medidas de confinamento em vigor em todo o país. A data inicialmente prevista para o fim das restrições era 3 de abril.
O premiê Giuseppe Conte, no entanto, negou que esteja planejando manter as medidas rígidas por tanto tempo e disse que pretende afrouxar as restrições “muito antes disso”.
A proposta faz parte de um conjunto de medidas discutidas nesta terça-feira (24) durante uma reunião entre o premiê e seus ministros. O encontro teve como objetivo debater quais os próximos passos no combate à pandemia de coronavírus que assola o país.
Na segunda, o governou mandou fechar todos os negócios considerados não essenciais e aumentou para até 3.000 euros (R$ 16.505) as multas para quem descumprir a quarentena.
A Itália é um dos países mais atingidos pela atual pandemia, com 69.176 casos confirmados do vírus (atrás apenas da China) e 6.820 mortes (o maior número do planeta).
Nova alta
Depois de dois dias seguidos de queda, a Itália voltou a registrar alta no número de novas mortes pelo coronavírus no país. De segunda para esta terça, 753 pessoas morreram vítimas da Covid-19, 151 a mais do que o registrado de domingo para segunda (602).
Desde o início da pandemia, segundo dados publicados pelo Corriere della Sera, 69.176 pessoas já foram infectadas pelo coronavírus na Itália. Destes, 6.820 morreram e outros 8.236 se recuperaram. Hoje, o país tem 54.030 ainda doentes.
Dos pacientes com sintomas, 3.396 estão em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 28.697 estão em isolamento domiciliar, ainda de acordo com o Corriere.
A região da Lombardia, cuja capital é Milão, lidera o número de casos (30.703), incluindo mortos e já curados. Emília-Romanha (9.254), da capital Bolonha; Vêneto (5.948), de Veneza; e Piemonte (5.515), de Turim, aparecem logo em seguida.
Contagem
O chefe da Defesa Civil da Itália, Angelo Borrelli, admitiu que o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país pode ser até 10 vezes maior do que o balanço oficial divulgado diariamente.
De acordo com o último dado da Defesa Civil, publicado desta terça, a Itália contabiliza 69.176 contágios, ou seja, a cifra real poderia ser de mais de 690 mil casos. Em entrevista ao jornal romano La Repubblica, Borrelli foi questionado sobre o verdadeiro número de pessoas infectadas na Itália.
“A relação de um doente certificado para cada 10 não censeados é verossímil”, declarou. O chefe da Defesa Civil também foi interrogado sobre a utilidade de divulgar balanços diários da pandemia, já que as cifras estão subestimadas.
