Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2018
O governo não descarta o fechamento da fronteira com a Venezuela em Pacaraima, no Estado de Roraima, pedido pelo senador Romero Jucá (MDB-RR), mas vê grandes dificuldades na medida, disse nesta segunda-feira (20) o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. As informações são da agência de notícias Reuters.
“O governo não descarta mas vê grandes dificuldades”, disse Marun a jornalistas no final da tarde. “Vamos aguardar o retorno da comissão interministerial enviada a Roraima para que o governo tome uma decisão.”
Mais cedo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, disse que essa comissão interministerial iria verificar a situação in loco e analisar medidas adicionais que podem ser tomadas.
No domingo, o governo federal decidiu enviar um reforço de 120 homens da Força Nacional de Segurança a Roraima e determinou a intensificação dos esforços de interiorização de venezuelanos para outros Estados.
Marun disse que o líder do governo no Senado, Romero Jucá, sugeriu a suspensão da entrada de refugiados em Paracaima, mantendo a entrada por outros locais de fronteira. No entanto, o ministro ressaltou que o governo brasileiro é signatário de tratados internacionais – inclusive bilaterais com a Venezuela – que impediriam essa medida. “Além disso temos nossa tradição de acolhimento”, afirmou.
Ação no Supremo
O governo de Roraima ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a suspensão temporária da imigração de venezuelanos por meio da fronteira em Pacaraima, no norte do Estado, informou o governo estadual em nota nesta segunda-feira.
A medida reforça uma ação já impetrada por Roraima junto ao Supremo pedindo o fechamento da fronteira para a entrada de imigrantes venezuelanos, e visa “evitar eventual perigo de conflitos, com derramamento de sangue entre brasileiros e venezuelanos”, de acordo com o governo de Roraima.
“Essa é uma nova ação na qual o nosso governo propõe outras soluções para minimizar os impactos da imigração. Nosso principal ponto é o reforço da interiorização dos venezuelanos para outros Estados e regiões do Brasil, uma vez que Roraima não tem condições de receber por dia de 500 a 800 venezuelanos”, disse o procurador-geral do Estado, Ernani Batista, segundo nota do governo do Estado.