Vive-se um momento não só complexo, mas confuso, no quadro político administrativo do Brasil, descontando-se, desde logo, o pouco inspirado no palavreado que passeia da presunção duvidosa até a afirmação que se pensa fazer verdadeira por cercá-la da proteção oficiosa que julga não ter compromisso com a idoneidade e com a informação.
É fazermos um pacto de convicção que, ante o não prometido, garanta a vacina elaborada pelo confiável laboratório da História, que revela não a multi promessa de manchetes, nem a formulação do ingrediente sem a comprovação do resultado.
Há uma desconfiável dúvida da opinião pública quando se depara com o prometido pelas aspirantes ao poder sob a fórmula de milagre. A radicalização do dever de criar custe o que custar é na relação do Poder Público perante a cidadania (seja a massa trabalhadora, seja o empreendedor que investe, o profissional autônomo ou o comerciante que vende e compra ou troca bem) um dever permanente.
Quando se tem um país – o nosso – tão grande, com tantas pessoas nativas e os que se adaptam pela adoção de seus princípios e valores, dirigi-lo pelo cumprimento do mandato presidencial, que deve ser, na democracia, fruto da vontade majoritária da sociedade exercida por lei do voto; se estabeleceria, como se firma, um entendimento que faz lembrar, ainda que sobre um tema que tem a sua especificidade, as negociações coletivas do Direito de Trabalho. Agora, o presidente constatou ter recebido um impacto depressivo; isto é, os resultados advindos do instituto de pesquisa nacional, que pôs à disposição números que dão em queda o desempenho do governo, posto que, pela primeira vez, é minoritário.
O presidente que cultiva em certos momentos um “narcisismo” que alimenta a sua pretensão de que algo que esteja sob sua direção sempre irá bem porque ele tem o dom (por ser dotado de uma espécie de divindade popular amparado por um poder maior que lhe permite sempre o mais pela força do número desejado, em geral pela sedução de maiorias que lhes são, por um vínculo histórico, solidárias).
Neste momento, o presidente, apercebendo-se da sua imagem em queda (aliás, tanto a sua pessoal, quanto a do governo como um todo), se dá conta (impossível que não lhe ocorra) de ter formado um ministério majoritariamente despreparado. Ao organizá-lo, envenenou de desqualificação justamente o órgão que deve ser o de múltipla execução num governo. Até hoje, não fosse a evidência dos números, alimentados pela estatística científica, chega-se a desconfiar (face a sua pretensão de poder popular) que estaríamos perante um titular do Poder Executivo nacional que vem errando continuamente e que nem ele, nem seus assessores mais próximos se apercebem do quanto se comete de erros num momento tão importante para o país. O presidente, que dá a impressão de não saber que o seu governo e a sua imagem pessoal decaíram mês após mês, chama, agora, seus ministros e os responsabiliza pelo trágico quadro por que passa o país.
Parece que Lula é o único brasileiro que não acredita em gol contra, mesmo quando é ele mesmo o marcador.