Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2019
O governo pretende arrecadar pela menos US$ 20 bilhões (R$ 72,5 bilhões) neste ano com privatizações de empresas estatais, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à agência Bloomberg nesta quarta-feira (23). As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da agência de notícias Reuters.
O valor representaria cerca de metade do déficit fiscal brasileiro, disse Guedes, reafirmando que o rombo seria zerado em 2019.
“Mas não em uma base permanente, porque isso exige reformas estruturais, como a da Previdência”, acrescentou. A previsão para este ano é um déficit de R$ 139 bilhões.
Guedes está em Davos, na Suíça, participando do Fórum Econômico Mundial, assim como o presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, Bolsonaro cancelou o pronunciamento seguido de entrevista coletiva que faria acompanhado de Guedes e do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Questionado pela Bloomberg sobre cortes de subsídios, o ministro da Economia disse que, se hoje os subsídios somam US$ 100 bilhões, um corte de 10% já se reverteria em mais R$ 10 bilhões.
“Mas urgente são as reformas estruturais. Se eu começar a falar que vou cortar subsídios aqui e lá, perdemos apoio político para fazermos as reformas mais importantes, como a da Previdência. Para que se engajar em pequenas batalhas se tenho uma enorme à frente?”, disse.
Guedes disse que a prioridade do governo é a reforma da Previdência e que a equipe não quer “lotar o Congresso com 3, 4, 5 reformas simultâneas”.
Reforma da Previdência
Paulo Guedes disse nesta quarta-feira que a proposta de reforma da Previdência que está sendo estruturada pelo governo pode render uma economia de 700 bilhões a 1,3 trilhão de reais em dez anos, podendo chegar a dois terços a mais do que o esforço do governo anterior, que falhou.
Em entrevista à Reuters durante o Fórum Econômico Mundial na estação de esqui suíça de Davos, Guedes ressaltou a dimensão de uma reforma previdenciária que investidores consideram a pedra fundamental da agenda econômica do presidente Jair Bolsonaro.
“Estamos estudando os números e eles variam de 700 a 800 bilhões a 1,3 trilhão de dólares, então é uma reforma significativa e nos dará um importante ajuste estrutural fiscal”, disse Guedes.
“Isso terá um poderoso efeito fiscal e vai resolver por 15, 20, 30 anos”, disse ele, que acrescentou mais tarde: “É isso ou seguimos (o caminho da) Grécia”.
Os investidores saudaram as promessas de Bolsonaro de abrir a economia brasileira, reduzir e simplificar os impostos e privatizar estatais. O principal índice da Bovespa atingiu nova máxima recorde e o dólar caiu após seis altas.
A proposta de reforma do governo anterior, de Michel Temer, originalmente previa economia de 800 bilhões de reais em 10 anos antes de parlamentares fazerem emendas que reduziram a economia estimada a 480 bilhões de reais. A proposta foi abandonada conforme escândalos atingiram o governo Temer.
Sobre o Imposto de Renda cobrado das empresas, Guedes disse que o governo analisa reduzir a alíquota de 34 para 15 por cento. Esse corte “brutal” seria compensado pela taxação de dividendos, hoje isentos, pontuou Guedes. Segundo ele, essa mudança aumentará a competitividade.
Guedes disse ainda que o governo pretende reduzir a carga tributária do Brasil para 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), de 36 por cento atualmente.