O Ibama impôs uma multa diária de R$ 100 mil contra a mineradora Vale, até que a empresa execute “de forma integral e satisfatória” o plano de salvamento de animais atingidos pelo desastre de Brumadinho. As exigências do órgão ambiental incluem medidas como a instalação de hospital de campanha para reabilitação dos animais resgatados e centro para triagem e abrigo.
Este é o sexto auto de infração aplicado pelo Ibama contra a Vale, responsável pela catástrofe causada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Minas Gerais. As outras cinco multas já aplicadas somam R$ 250 milhões.
“Em 26 de janeiro, o Ibama havia determinado por meio de notificação que a mineradora iniciasse em até 24 horas a execução do plano de salvamento de fauna e entregasse relatórios diários com informações sobre os animais resgatados”, declarou o Ibama. “Em vistorias, agentes ambientais constataram atraso na realização das obras. Os relatórios enviados pela empresa não atendem integralmente as exigências estabelecidas na notificação.”
A reportagem do Estado flagrou, no dia 29 de janeiro, um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que fazia voos rasantes em uma área devastada do Córrego do Feijão e fuzilava animais que estavam atolados. Foram mais de 20 disparos, até o que o helicóptero partiu.
A execução dos animais foi confirmada ao Estado pelo chefe da Defesa Civil de Minas, coronel Evandro Geraldo Borges. “O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção”, declarou, na ocasião.
O objetivo da multa diária, que tem sido aplicada desde sexta-feira, 8, é exigir o cumprimento imediato das determinações com o objetivo de cessar a degradação ambiental. O valor da multa, segundo o Ibama, é o máximo previsto para esse tipo de infração, conforme a Lei de Crimes Ambientais.
Balanço
Subiu para 160 o total de mortos identificados após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. De acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (11), pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, nove mortos ainda não foram identificados e 160 pessoas seguem desaparecidas – entre funcionários da Vale, terceirizados que prestavam serviços à mineradora e membros da comunidade.
No 18º dia de buscas, as operações contavam com um efetivo de 376 homens, incluindo 158 militares de Minas Gerais, 132 de outros Estados e 63 da Força Nacional. Havia também 22 voluntários auxiliando as equipes. A tragédia deixou ainda 138 pessoas desabrigadas.