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O IBGE prevê um novo recorde para a safra agrícola brasileira de 2017

Nova estimativa é de que sejam produzidas 242,1 milhões de toneladas neste ano, um avanço de 31% frente a 2016. (Foto: Jonas Oliveira/ANPr)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) elevou mais uma vez, em julho, sua previsão de recorde para a safra agrícola de 2017. O órgão revisou nesta quinta-feira (10) sua estimativa para a produção em 242,1 milhões de toneladas, um avanço de 31,1% frente a 2016.

O volume estimado em julho é 0,7% maior que a previsão feita no mês anterior, quando o IBGE projetou uma safra de 240,3 milhões de toneladas para o ano.

As culturas da soja (115 milhões de toneladas) e do milho (99,4 milhões) são as grandes responsáveis pelo aumento de 57,4 milhões de toneladas em relação a 2016, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE. O arroz, a cevada, o feijão e o sorgo também se destacaram em julho.

Por sua vez, o café, que teve uma queda 7% na produção frente a 2016, surpreendeu com uma safra melhor que o esperado, prevista em 2,8 milhões de toneladas, ou 47,2 milhões de sacas de 60kg.

O clima chuvoso beneficiou as lavouras em todo o País, ao contrário de 2016, quando houve escassez de chuvas, principalmente no Cerrado, disse o pesquisador do IBGE, Carlos Antonio Barradas, em comunicado do órgão.

O aumento dos preços também estimulou a produção, segundo Barradas. “Os preços elevados dos principais produtos da agricultura brasileira, nas épocas do plantio da atual safra (safra verão e 2º safras), notadamente soja, milho, arroz e feijão, incentivaram os produtores a ampliarem a área plantada e a investirem em mais tecnologia de produção.”

PIB

Nos três primeiros meses de 2017, a safra recorde tirou a economia de um ciclo de oito trimestres seguidos de queda, enquanto a indústria cresceu abaixo do esperado e serviços estagnou. O PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária cresceu 13,4% no primeiro trimestre, o maior alta em mais de 20 anos. Esse avançou puxou a alta de 1% da economia brasileira no primeiro trimestre. Para boa parte dos economistas, entretanto, ainda é cedo para decretar que a crise acabou. Ainda não há sinais claros de recuperação em todos os setores e permanecem dúvidas sobre o comportamento da economia nos próximos meses. A continuidade da recuperação da economia brasileira ficou mais incerta após a crise política se agravar na segunda quinzena de maio.

No ano passado, o setor encolheu 6,6%, a maior retração dos três setores do PIB, prejudicado pela colheita fraca de cana-de-açúcar, soja e milho. Juntas, estas culturas somam quase 60% da produção agrícola do País.

O bom resultado da agropecuária não deve ficar restrito ao primeiro trimestre. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estimava no começo de junho em 8,5% a alta o PIB do setor em 2017. A consultoria MB Associados calculava um avanço de 8% em 2017. (AG)

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