O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira (14) que baixou a taxa de juros do cheque especial, o dinheiro extra que os bancos emprestam aos clientes quando o saldo da conta é insuficiente. Apesar da redução, os juros do cheque especial continuam altos. A taxa média passa de 319,84% ao ano (12,7% ao mês) para 285,44% ao ano (11,9% ao mês).
Para efeito de comparação, a taxa básica de juros (Selic) está em seu menor nível na história, a 6,5% ao ano. Os novos valores já estão em vigor, segundo o banco.
A decisão do Itaú vem após a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciar, em abril, que pretende adotar novas regras para o cheque especial a partir de julho. Os bancos terão de oferecer uma alternativa mais barata para parcelar a dívida quando o cliente usar mais de 15% do limite disponível no cheque especial por 30 dias.
A Febraban diz que cada banco vai definir qual será a alternativa a ser oferecida, que poderá ser aceita ou não pelo cliente. A entidade citou como uma das opções o crédito pessoal, que tinha juros de 122,8% ao ano em março, segundo o Banco Central.
Cheque especial para situações de emergência
O cheque especial é uma das formas de os bancos emprestarem às famílias. Com base nas informações do cliente e de sua movimentação financeira, é estipulado um limite de crédito. A pessoa pode gastar mais do que tem na conta, sem precisar recorrer ao banco, já que a linha é pré-aprovada.
Como não oferece nenhum tipo de garantia ao banco, as taxas de juros são altas.
O cheque especial deve ser usado em situações emergenciais e por pouco tempo; com a mudança, o objetivo é evitar que seja usado como crédito de médio e longo prazo, segundo os bancos.
Novas regras
O uso do cheque especial terá novas regras a partir do início de julho. Se o cliente usar mais de 15% do limite disponível no cheque especial por 30 dias, o banco irá oferecer a ele uma alternativa mais barata para parcelar essa dívida. O cliente pode aceitar ou não a proposta. Se não aceitar, o banco deve fazer uma nova oferta a cada 30 dias.
Os juros do cheque especial em si continuam altos. A diferença é que o consumidor terá uma opção para migrar essa dívida para outra mais barata. Isso deve reduzir o total dos juros pagos, mas eles ainda serão elevados.
A Federação Brasileira dos Bancos diz que cada banco vai definir qual será a alternativa a oferecer. A entidade citou como uma das opções o crédito pessoal, que tinha juros de 125,7% ao ano em fevereiro, segundo o BC (Banco Central).
No ano passado, o BC determinou novas regras para o rotativo do cartão de crédito, também com objetivo de baixar os juros cobrados dos clientes. Os juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial são os mais altos do mercado.