O.J. Simpson, ex-ídolo do futebol americano nos EUA que também é conhecido por ter sido inocentado da acusação do assassinado de sua ex-mulher, morreu aos 76 anos por causa de câncer na última quinta-feira (11).
Famoso por recordes nos campos e problemas com a lei, Simpson também teve uma carreira de certo sucesso como ator. Nos cinemas, conseguiu notoriedade como um dos coadjuvantes principais das três comédias “Corra que a polícia vem aí!”, estreladas por Leslie Nielsen.
Segundo Arnold Schwarzenegger, o O.J. também foi considerado para o papel do grande vilão robótico de “O Exterminador do Futuro” (1984).
O julgamento pela morte da ex-mulher, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ron Goldman, aconteceu entre 1994 e 1995 e ficou tão marcado na cultura pop dos Estados Unidos que foi tema de diversos documentários, séries e filmes.
Cinemas
Apesar do talento como atleta, O.J. flertou com a atuação desde cedo. Na faculdade, quando já era um astro do futebol americano universitário, fez uma participação pequena e sem falas na série “Dragnet 1967”.
Ainda antes de se profissionalizar como jogador, teve outros créditos pequenos na TV e um em um filme. Seu primeiro papel mais conhecido veio ainda antes da aposentadoria dos campos. Em 1977, ele aparecia na famosa série “Raízes”, adaptação do livro de Alex Haley.
Depois de pendurar as chuteiras em 1979, focou na carreira como ator. Em 1980, em entrevista ao jornal “Los Angeles Times”, disse que seus objetivos eram “ganhar um Oscar ou um Emmy”.
Em 1988, conseguiu seu personagem mais famoso como o detetive Nordberg da comédia “Corra que a polícia vem aí!”, papel que repetiria nas duas continuações até 1994.
Quase Exterminador?
Durante muitos anos, uma das grandes lendas de Hollywood contava que O.J. tinha sido a escolha inicial para dar vida a um dos papéis mais icônicos do cinema, o do androide assassino de “O Exterminador do Futuro” (1984).
Em 2019, o próprio Schwarzenegger confirmou a informação ao jornal “The Independent”. “Na verdade, O.J. Simpson foi o primeiro escalado como o Exterminador”, disse o ator austríaco.
“Daí, por algum motivo [James Cameron, o diretor e corroteirista do filme] achou que ele não era muito crível como uma máquina de matar. Então, me contrataram. Isso é o que aconteceu de verdade.”
Cameron, por sua vez, já desmentiu a história algumas vezes. Segundo o cineasta contou no programa “Who’s talking to Chris Wallace”, um executivo de estúdio deu a ideia, que foi prontamente rechaçada.
“Muito cedo, uma pessoa de alto escalão de um dos dois estúdios que financiaram o filme teve a ideia brilhante”, afirmou o diretor. “Ele disse: ‘Você está sentado? OJ Simpson como o Exterminador’. Eu falei: ‘Na verdade, eu acho que essa é uma ideia ruim’. Ela não foi para lugar nenhum.”
Julgamento
O.J. também foi tema de séries e filmes. Em especial, o julgamento que levou meses entre 1994 e 1995.
Os mais conhecidos (e celebrados) foram lançados no mesmo ano, em 2016. Em fevereiro daquele ano, a série “The People v. O.J. Simpson: American Crime Story” dramatizou o caso com Cuba Gooding Jr. (“Jerry Maguire: A grande virada”) como o ex-jogador.
A produção ganhou quatro prêmios Emmy, entre eles o de melhor minissérie.
Em junho, a série documental “O.J.: Made in America” foi lançada em cinco partes. Com oito horas de imagens do julgamento e da famosa perseguição da polícia atrás do carro de O.J., a obra ganhou um Oscar de melhor documentário e dois Emmy.