Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2024
O tráfico é manchete há décadas, mas, para entender a origem da venda de drogas e da formação das quadrilhas cariocas é preciso voltar no tempo, a 1977 a 1989, e mergulhar no universo das facções reais, a inspiração da nova série do Globoplay. São 10 episódios em que a realidade vira ficção.
“O Jogo que Mudou a História”, em parceria com o AfroReggae Audiovisual, foi criada e produzida por José Junior, que conhece muito bem a realidade das favelas do Rio.
“Algumas dessas histórias, eu vi como espectador, outros eu vivi diretamente. Eu fiz questão de contar essa história através do ponto de vista de ex-criminosos que eu tive acesso, dos agentes penitenciários e, principalmente, dos moradores das favelas” relata José Junior.
Presídio de Ilha Grande
Foi no fim da ditadura que surgiu a primeira facção, uma conexão entre presos políticos e assaltantes de bancos, em meio à corrupção no sistema carcerário e aos horrores do presídio de Ilha Grande. Um dos líderes da Falange Vermelha é Hoffman, interpretado por Babu Santana. “Ele é um bandido clássico dos finais dos anos 70 e 80, muito respeitado”, conta o ator.
Disputas entre facções Vigário Geral e Parada de Lucas
A série também irá retratar a maior guerra da história do narcotráfico, que aconteceu entre as duas favelas: Vigário Geral e Parada de Lucas que, na série, são chamadas de “Parada Geral” e “Padre Nosso'”.
As disputas entre as facções chegam ao extremo e culminam em um jogo de futebol. O resultado da partida consolidou essa guerra por 20 anos e ela perdura até os dias de hoje.
“Relembrar e falar sobre isso é uma forma da gente pensar a respeito também e amadurecer sobre um tema que é tão doloroso para todo o mundo”, diz Bruno Paes Manso, roteirista da série.
Desafios das gravações
As gravações em comunidades do Rio e em presídios marcaram a equipe e o elenco de “O Jogo Que Mudou a História”. “Várias cenas desafiadoras porque é uma série de época. Então é voltar al no passado daquelas comunidades também”, disse o diretor Heitor Dhalia.
Participações especiais
A série tem 12 protagonistas e muitas participações especiais de atores, de moradores de comunidades, ex-presidiários, e algumas surpresas também, como jogadores que foram da seleção e técnicos de futebol. E não só a realidade do Rio de Janeiro. A série também mostra a realidade de comunidades no Brasil inteiro.
“Eu acho que vai ensinar e mostrar muito dos nossos equívocos, dos nossos erros políticos, porque hoje a segurança pública é um problema político, onde a gente errou, como a violência produziu mais violência?”, ressalta Bruno.