Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2021
Os juros bancários médios cobrados pelos bancos de seus clientes com recursos livres registram queda em 2020, de acordo com dados divulgados nessa quinta-feira (28) pelo Banco Central. Os juros com recursos livres não contam operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do crédito rural e imobiliário.
Na contramão do movimento de queda ficou o cartão de crédito rotativo, cuja taxa subiu em 2020.
Veja as variações das taxas de juros:
– a taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 33,4% ao ano em dezembro de 2019 para 25,5% ao ano o mesmo mês de 2020;
– os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 46% ao ano em dezembro de 2019 para 37% ao ano em dezembro do ano passado;
– a taxa média cobrada das empresas passou de 16,3% ao ano em dezembro de 2019 para 11,7% ao ano dezembro de 2020;
– a taxa média do cartão de crédito rotativo de pessoa física passou de 318,8% ao ano em dezembro de 2019 para 328,1% ao ano em dezembro do ano passado;
– a taxa média do cheque especial de pessoa física passou de 247,6% ao ano em dezembro de 2019 para 115,6% ao ano em dezembro de 2020. Nesse caso, o BC adotou um teto para os juros.
A queda dos juros bancários médios e das operações com pessoas físicas aconteceu em um momento de recuo da taxa básica de juros da economia. No ano passado, a Selic foi baixada pelo BC para 4,5% ao ano (dezembro de 2019) para 2% ao ano (mínima histórica), patamar atual.
Spread
De acordo com o BC, o chamado “spread” bancário (diferença entre quanto bancos pagam pelos recursos e quanto cobram dos clientes) médio passou de 27,9 pontos percentuais, em dezembro do ano passado, para 20,9 pontos percentuais no fechamento de 2020 – uma queda de sete pontos percentuais.
Nas operações com pessoas físicas, houve redução de 40,2 pontos em dezembro de 2019 para 31,9 pontos em dezembro do ano passado. Com isso, mesmo com a redução, o “spread” bancário ainda segue em patamar elevado para padrões internacionais.
O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Inadimplência
A taxa de inadimplência média dos bancos do crédito com recursos livres, por sua vez, recuou no ano passado, de 2,9%, em dezembro de 2019, para 2,1% no mesmo mês de 2020.
No caso das operações com pessoas físicas, a inadimplência passou de 3,5% em dezembro de 2019 para 2,8% no fim de 2020. A inadimplência de empresas caiu de 2,1% para 1,2% na mesma comparação.