Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2020
A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e a UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) têm atuado como parceiras do Lacen (Laboratório Central) do Estado na realização de exames do tipo RT-PCR para diagnóstico de coronavírus. Esse trabalho conjunto já resultou em pelo menos 7,7 mil testes desde a chegada da pandemia ao território gaúcho, no início de março.
Segundo a diretora do Lacen, Rosane Ramos, o Rio Grande do Sul está dando conta de toda a demanda de material encaminhado para análise: “Atualmente não temos exames pendentes. Zeramos a fila a partir de um esforço conjunto e parcerias com o segmento acadêmico”.
O próximo termo de cooperação técnica a ser firmado será com o laboratório da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). A perspectiva é contar com um parceiro desse tipo em cada uma das macrorregiões gaúchas para a realização dos RT-PCR, aplicados em pacientes graves internados em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a Covid-19.
Redirecionamento
O ICBS (Instituto de Ciências Básicas da Saúde) da UFRGS aderiu à estratégia por meio do redirecionamento de pessoas e equipamentos especializados. Até a última terça-feira (28), já haviam sido realizados mais de 100 testes no laboratório da instituição de ensino superior, que recebe 12 a 15 amostras por dia, embora a capacidade instalada permita até 160 testes diários.
Segundo a diretora do ICBS, Ilma Brum da Silva, para que a parceria se concretizasse foi necessário implantar um laboratório para diagnóstico do SARS-CoV-2 (Covid-19) na UFRGS. “A montagem da estrutura foi um grande desafio, mas estamos prontos e atuando para auxiliar o Estado nessa situação de pandemia”, assegura.
Ela avalia, ainda, que a experiência tem sido enriquecedora para toda a equipe, do ponto-de-vista acadêmico e social: “Mudamos nosso foco de ensino e pesquisa com produção de conhecimento para uma ação de prestação de serviço à sociedade”.
A UFCSPA já realizou ao menos 160 testes. Para a professora Eliana Wendland, vinculada ao departamento de Saúde Coletiva e responsável pelo laboratório de epidemiologia clínica, as universidades públicas estão na fronteira da pesquisa e do desenvolvimento de soluções para os desafios sanitários, econômicos, ambientais e sociais, incluindo doenças emergentes como coronavírus.
“Essas ações em desenvolvimento são um exemplo do papel estratégico da universidade pública para a sociedade e a saúde pública”, menciona. “Reconhecer e fortalecer este papel aumenta a soberania, a resiliência e as perspectivas para o desenvolvimento nacional.”
A disponibilização dos testes da UFCSPA ao SUS (Sistema Único de Saúde), sem custo para o Estado, é fruto de uma ação entre o Hospital Moinhos de Vento e o Ministério da Saúde, por meio do Proadi (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional).
(Marcello Campos)