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Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2019
Preso em flagrante por suspeita de espancar por quatro horas a paisagista Elaine Peres Caparroz, de 55 anos, o estudante de direito e lutador de jiu-jitsu Vinícius Batista Serra, de 27, passou apenas uma noite atrás das grades, em um presídio do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Por ordem da Justiça, Vinícius foi transferido na última quarta-feira, dia 20, para um hospital penitenciário do Rio, a fim de realizar exames de sanidade mental. As informações são do jornal Extra.
A transferência ocorreu 24 horas após Vinícius ter dado entrada no presídio. No hospital penitenciário, onde está internado há seis dias, o estudante de direito desfruta de um espaço maior do que é oferecido em uma cela comum. No ambulatório de internação, que é protegido por grades nas janelas e portas, há um número menor de internos e de camas, em comparação com os xadrezes dos presídios.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que os exames requisitados pela justiça ainda não ficaram prontos. Enquanto isso, Vinícius tem acompanhamento clínico que inclui avaliação médica psiquiátrica e psicológica. Segundo a Seap, a demora para conclusão dos exames é normal, por conta das constatantes avaliações médicas que o paciente passa.
A decisão de transferir o agressor da paisagista Elaine peres Caparroz foi tomada pela Justiça depois que a Defensoria Pública apresentou declarações médicas antigas, datadas de 2016, para alegar que o lutador tem problemas mentais.
Na audiência de custódia, o juiz encarregado do caso afirmou que os documentos não eram “suficientes para atestar a inimputabilidade ou semi-imputabilidade do custodiado” e determinou, além da prisão preventiva de Vinicius, que ele passasse por uma avaliação psiquiátrica. Ainda não há previsão para que os exames fiquem prontos e um laudo médico sobre o paciente seja concluído.
Até que isso aconteça, ele continuará internado no local.
Nesta segunda-feira, Elaine Caparroz prestou depoimento na 16ªDP (Barra da Tijuca), onde foi ouvida pela delegada Adriana Belém.
Depois de ouvir o depoimento da paisagista, a delegada Adriana Belém, titular da 16ªDP, disse ter certeza que Vinícius Batista Serra premeditou o crime e pretendia matar a vítima. Ele vai responder por tentativa de feminicidio, que prevê pena de 12 a 30 anos.
“Ele premeditou sim. Solicitou amizade no Instagram após ela postar foto do filho e conseguiu ganhar a confiança dela. Quando ele se apresentou como Felipe na portaria, ela não permitiu o acesso. Ele disse então que o seu nome era Vinícius Felipe. Elaine disse: ‘Ué, não sabia que ele tinha nome composto’” disse a delegada.
No domingo, Elaine disse que acredita ter sido dopada por seu agressor. Com 60 pontos na boca, um dente quebrado, e com marcas por todo corpo causadas pela tentativa de homicídio que sofreu, a paisagista informou que começou a perder os sentidos após fazer um brinde com Vinicius. Ao acordar, já começou a ser esmurrada por seu agressor.
“Estava com ele na sala. Brindamos com queijo e vinho e estava tudo ótimo. Em determinado momento da conversa, comecei a perder os sentidos. Era como seu estivesse num plano real do nosso encontro e esse plano real tivesse se transformado em sonho. De repente, mudou a dimensão da realidade para mim. Eu perdi a noção, era como se eu estivesse delirando. Ainda lembro dele já no quarto sem camisa, com o braço aberto dizendo para eu deitar no braço dele para dormimos juntos. Eu disse ‘ok’ e perdi os sentidos. Quando acordei, já estava sendo esmurrada por ele. Acho com 99,9% de certeza que fui dopada por ele. Eu não tinha bebido tanto assim para acontecer isso”, disse a paisagista.
Elaine Caparroz foi agredida no último dia 16, no apartamento em que morava, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Ela aceitou receber o rapaz no imóvel. O encontro foi marcado após oito meses de conversas e de mensagens trocadas por uma rede social.