Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de dezembro de 2018
O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, declarou à Polícia Civil que a sua renda vem de sete fazendas em Goiás, que ele administra. Ainda no depoimento, ele disse ter “várias” casas e não sabe quantos carros possui. O médium está preso por suspeita de abusar de mulheres que o procuravam para tratamentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. João de Deus nega as acusações.
Durante as investigações, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços ligados a João de Deus. A corporação informou que, no total, foram encontrados R$ 1,6 milhão em espécie, além de pedras que aparentam ser esmeraldas, medicamentos e seis armas de fogo. Boa parte do material apreendido foi encontrada em um porão acessível por um fundo-falso de um armário.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o delegado Valdemir Branco, que faz parte da força-tarefa que investiga o médium, comentou sobre a grande quantia em dinheiro achada. “Se ele escondeu é porque veio de algo ilícito. Ele terá que dar explicações”, afirmou o delegado. A defesa de João de Deus, que sempre negou as acusações, disse à TV Anhanguera que “muito do dinheiro encontrado tem a ver com antigas doações”.
Bens e propriedades
Durante depoimento à corporação, João de Deus disse à Polícia Civil que a sua profissão é “empresário”. Ele também declarou não saber quanto ganha com “lojas” e a farmácia da Casa Dom Inácio de Loyola, que foi interditada na última sexta-feira (21) por produzir medicamentos em escala industrial sem autorização.
O médium contou que as suas sete fazendas ficam em Goiás, mas não disse qual a produção de cada uma. Todas localizam-se em diferentes cidades do Estado e não há dados das dimensões das propriedades.
Investigações
João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à polícia. Ele tem dois mandados de prisão: um por suspeita de abusos sexuais contra mulheres e outro por posse ilegal de armas de fogo.
Segundo a Polícia Civil, os armamentos não têm registro e um deles está com a numeração raspada. Além disso, João de Deus não tem permissão para ter armas. Ao conceder o mandado de prisão por posse ilegal de arma de fogo, o juiz Liciomar Fernandes da Silva disse que o médium “chefia uma organização criminosa”. A defesa do médium afirmou, em nota, que o “juiz fez uma afirmação grave e sem qualquer base empírica. Essa é a verdade”.