Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2018
Após as denúncias de abusos sexuais, João de Deus esteve nesta quarta-feira (12) na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde ele realiza os atendimentos. Essa foi a primeira vez que o médium apareceu em público depois que as denúncias vieram à tona e uma força-tarefa passou a investigar os supostos crimes. João Deus ficou menos de dez minutos no local e, antes de ir embora, declarou que é inocente.
O médium chegou às 9h29min à Casa Dom Inácio de Loyola. Ele desceu de um carro branco e, rodeado por voluntários da instituição, se dirigiu até o meio do salão onde os trabalhos espirituais eram realizados. No local, João de Deus foi aplaudido pelos funcionários e se pronunciou sobre as denúncias.
“Meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus, mas quero cumprir a lei brasileira porque estou na mão da lei brasileira. João de Deus ainda está vivo. A paz de Deus esteja convosco”, disse João de Deus.
Segundo a assessoria de imprensa do médium, ele teve uma crise de pressão alta e teve de ir embora. Ele deixou o local cercado por um cordão humano. João de Deus entrou no mesmo carro branco e foi embora da Casa.
Tumulto
Durante a visita do médium, houve momentos de tumulto. Um dos advogados da equipe de defesa de João de Deus, Hélio Braga Júnior, disse que o “princípio de confusão” fez com que a equipe de voluntários da casa optasse por um outro momento para que o líder religioso se manifestasse sobre as denúncias.
“Ele veio para prestar uma satisfação a todos, mas, infelizmente, houve este princípio de confusão e, em outra ocasião ele deve se manifestar”, disse o advogado. Cláudio José Antônio Pruja é voluntário na Casa de Dom Inácio há 21 anos. Ele afirmou que não era intenção dos integrantes da casa causar qualquer tipo de confronto.
“A gente nunca havia presenciado uma situação desta na nossa casa. O senhor João chegou rodeado de voluntários que o protegiam, não tinha segurança, não tinha polícia. A intenção não era causar esse tipo de confronto ou qualquer tipo de agressão, seja por parte dos membros da casa ou pelos integrantes da imprensa. Repito que aqui é um lugar de luz, nós temos muito carinho por tudo que é feito aqui e acreditamos que tudo isso será esclarecido”, destacou.
Denúncias
A força-tarefa que investiga as denúncias contra João de Deus começou o trabalho de investigação na segunda-feira (10), depois que o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou o relato de dez mulheres que disseram ter sido abusadas sexualmente pelo médium. O Ministério Público Estadual de Goiás já contabilizou mais de 200 denúncias contra João de Deus.