Está ficando chato tratar de Neymar, o pai do Neymar, as garotas do Neymar, etc. Em tempos de pós-modernidade e de comunicação instantânea, coisas de “famosos” se espalham como uma peste. O País ardendo e o assunto é Neymar.
Neimar já aprontou demais. Na Copa da Rússia, deu vexame. Foi ridicularizado pelo seu cai-cai. E passou a ser detestado pelos seus colegas de trabalho. E pela imprensa europeia. Um mimado.
Não faz muito, bateu em um torcedor ou jornalista, não lembro bem. Outro vexame. Outro problema. Os franceses criticaram fortemente o “menino” (assim Datena e outros desculpam as diatribes do jogador).
Agora ele aprontou de novo. Pagou uma moça – fato incontroverso – para atravessar o oceano e com ele fazer sexo. Encontro em Paris. E deu confusão. A moça acusa Neymar de estupro. Mostra as lesões. Teria sido agredida.
Neyzinho se defendeu, atacando. Mostrou fotos íntimas. Ferrou-se, porque, para escapar de um delito, cometeu outro. Nova confusão.
Neyzinho é assim. Como o corsário alemão, afundando e atirando. E leva com ele milhões de pessoas, que chegam a brigar entre si. A imprensa fez de tudo. Jogou mais a favor do rapaz, massacrou a moça e vendeu matéria. Um famoso repórter da Globo foi afastado, porque se meteu no meio da briga e forneceu contato do pai do jogador para o advogado da moça, que parece ter saído da disputa e, ainda por cima, colocou-se contra a agora ex-cliente, a moça Najila. Uma associação de advogadas feministas afastou de seus quadros uma advogado que passou a defender Neymar. Esse Brasil…
Ufa, que ronha. O jogador sempre teve um tratamento vip da imprensa. Craque, tudo lhe era permitido. Não há(via) limites. No meio de um tratamento de lesão, pega um avião e vem para passar o carnaval em camarote na Sapucaí. Isso é só para “quem pode”.
Agora saiu machucado de um jogo da seleção. Parece ser uma saída pela direita, como diz o filósofo leão da montanha (do desenho antigo, lembram?). Lesão conveniente. Bom, conveniente ao menos na cabeça dele, jogador, que confunde as bolas: o seu papel de cidadão com responsabilidade de ídolo e sua função profissional, a de jogar bola.
Neymar fez como a raposa: foi ao moinho até perder o focinho. Acho que a imprensa tem de ser dura com Neymar.
Dura no sentido de imparcialidade. Nem é culpado a priori e nem inocente desde já. Investigar a fundo e ser imparcial nas notícias. Assim como a imprensa não deve demonizar a moça sedizente vítima de estupro.
Nem tudo que parece, é. Mas pode ser. Ou, como diz a mãe de um grande amigo meu, Vicente Barreto, um carioca da gema, “nem tudo que parece, é, mas, se é, parece”. Ficou claro isso, pois não?