Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2025
O Ministério das Relações Exteriores do México não deu uma explicação para a recusa.
Foto: ReproduçãoO México não permitiu que uma aeronave militar vinda dos Estados Unidos pousasse no país com imigrantes deportados. O país teria recusado um pedido da gestão do Republicano Donald Trump para permitir o pouso do avião.
Apesar disso, o Ministério das Relações Exteriores do México não deu uma explicação para a recusa. Em nota enviada à Reuters, o órgão disse apenas que tem um “relacionamento muito bom” com os EUA e que “quando se trata de repatriações, sempre aceitaremos a chegada de mexicanos ao nosso território de braços abertos”.
A aeronave militar dos EUA realizou dois voos semelhantes na sexta-feira (24), para a Guatemala levando ao todo 160 migrantes.
Também decolou um avião rumo ao Brasil, que pousou em Manaus (AM), com 88 brasileiros. Uma porta-voz do governo Trump publicou que a deportação estava vinculada ao início da gestão do Republicano. Já o governo brasileiro afirmou que o voo integra um entendimento entre os governos brasileiro e estadunidense, firmado em 2017, e não teria relação direta com a eleição de Trump.
A nova gestão do Republicano anunciou logo após sua posse, ocorrida na segunda-feira (20), que estava relançando o programa Remain in Mexico (Permaneça no México, na tradução para o português), que foi adotado durante seu primeiro governo, em 2019. Com ele, quem tentasse pedir asilo nos EUA deveria aguardar do lado mexicano da fronteira, mesmo sendo oriundo de outro país.
A presidente mexicana Claudia Sheinbaum comentou que o México deveria estar de acordo com a medida para que ela fosse adotada, o que não ocorreu. Outro ponto de estremecimento na relação EUA-México foi a situação de emergência nacional ao longo da fronteira entre os dois países anunciada por Trump logo após sua posse. Ele já enviou 1.500 tropas americanas adicionais para lá até agora, e, ainda segundo a Reuters, autoridades disseram que milhares mais poderiam ser mobilizados em breve.
O presidente declarou os cartéis de drogas mexicanos como organizações terroristas, disse que vai renomear o Golfo do México para Golfo da América e ameaçou uma taxa geral de 25% sobre produtos mexicanos a partir de fevereiro.
Com a concretização das ameaças de Trump, dois aviões militares e um particular aterrissaram na sexta-feira na Guatemala.
Ao todo, 80 guatemaltecos (31 mulheres, 48 homens e um adolescente) chegaram no primeiro voo, informou o Instituto Guatemalteco de Migração. Em uma segunda aeronave, desembarcaram 17 homens e 63 mulheres. Um terceiro voo particular transportava 11 mulheres, 89 homens e cinco menores.
“Durante a noite, dois aviões do Departamento de Defesa realizaram voos de repatriação dos Estados Unidos para a Guatemala”, confirmou o Pentágono.
Nem o governo dos Estados Unidos nem o da Guatemala precisaram se há no grupo alguns dos 538 “imigrantes irregulares” cuja prisão foi anunciada pela Casa Branca na noite de quinta-feira.
Os deportados foram levados ao Centro de Recepção de Repatriados, localizado na base aérea, perto do aeroporto internacional da Cidade da Guatemala, onde receberam uma visita da vice-presidente Karin Herrera em um evento sem acesso à imprensa.
Trump prometeu agir contra a imigração irregular durante sua campanha e, após assumir a presidência na segunda-feira passada, declarou estado de emergência nacional na fronteira com o México e assinou uma série de decretos migratórios.
“Sempre aceitaremos a chegada de mexicanas e mexicanos em nosso território com os braços abertos”, indicou na sexta-feira a Secretaria das Relações Exteriores mexicana em um comunicado.