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O Ministério da Saúde destina 120 milhões de reais aos laboratórios centrais dos Estados

Recursos serão aplicados na atualização do parque tecnológico. (Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília)

O Ministério da Saúde autorizou a liberação de R$ 120,2 milhões aos Fundos de Saúde dos Estados e do Distrito Federal. O repasse será destinado aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).

O ato foi assinado pelo ministro interino da saúde, Eduardo Pazuello, à frente da pasta a mais de dois meses. O valor deve ser aplicado na atualização do parque tecnológico dos laboratórios, ligados às secretarias estaduais de saúde, fundamentais no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O maior volume de recursos vai para o Lacen de Sergipe, que receberá R$ 9,7 milhões.

Em abril, o próprio ministério da Saúde reconheceu que apenas 10% dos laboratórios contavam com métodos automatizados para processar os exames do tipo RT-PCR para confirmação do diagnóstico de Covid-19, o que atrasou a liberação de resultado de exames em alguns Estados.

A liberação de recursos para os laboratórios estaduais ocorre após uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada. O TCU deu uma prazo para que a pasta explicasse como tem sido feito o financiamento desses fundos estaduais e municipais de saúde ao longo da pandemia. Isso porque uma auditoria do órgão atestou que até o fim de junho, o ministério da Saúde havia gasto apenas um terço dos R$ 38,9 bilhões destinados ao combate do novo coronavírus.

Curva de contaminação

A curva de casos confirmados da Covid-19 voltou a subir no Brasil após uma sinalização de queda há duas semanas. Segundo o boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (29), nesta última semana epidemiológica (30ª, de 19 a 25 de julho), a média diária de casos foi de 45.665, um aumento de 36% em relação à semana anterior (29ª), quando a média foi de 33.573.

O movimento marca uma inversão da curva. De acordo com os dados da pasta, a média diária de casos confirmados estava relativamente estável ao longo do mês de julho. Na 28ª semana epidemiológica, a média diária bateu os 37.549, caindo para os 33.573 na semana seguinte (29ª), antes de voltar a subir.

Já curva das mortes também subiu, mas em ritmo menor. Na 29ª semana epidemiológica (SE) foram registrados 7.303 óbitos, índice que foi para 7.677 na 30ª semana. Foi a primeira elevação após 1 mês de estabilização dos números ao longo de julho.

“A curva de óbito tem se mantido constante desde a 22ª SE. Quando comparamos a 29ª com a 30ª, tivemos um aumento de 300 casos. A gente verifica que desde o dia 20 de julho a gente teve aumento de casos registrados quando comparamos a 28ª da 29ª, quando houve queda, com a 29ª para a 30ª, quando houve aumento”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros, em entrevista coletiva na sede do órgão.

A evolução da pandemia difere em regiões e Estados. O boletim epidemiológico aponta que entre as semanas epidemiológicas 29 e 30 houve aumento de casos em 18 Estados e de óbitos em 12. O cenário de estabilidade ocorreu, respectivamente, em 3 e 7 Estados. Já a redução foi identificada em 6 Unidades da Federal (no quesito casos confirmados) e 8 (no quesito óbitos).

Acerca dos casos confirmados, os maiores incrementos se deram em Goiás (180%), Rondônia (146%) e Mato Grosso (102%). Já as maiores quedas ocorreram no Amapá (-32%) e Amazonas (-24%). Já nos óbitos, as elevações mais significativas foram notadas em Rondônia (80%), Amapá (53%) e Tocantins (41%). Já as reduções mais efetivas aconteceram no Acre (-32%) e no Amazonas (-24%).

Segue o movimento de interiorização da pandemia, com 58% dos casos em localidades do interior e 42% nas regiões metropolitanas. Quando consideradas as mortes, aquelas ocorridas em metrópoles ainda são maioria (53%), mas aproximando-se das notificadas em cidades do interior (47%).

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