Promotores de Justiça e procuradores da República de diferentes regiões estão instaurando procedimentos para apurar denúncias de favorecimento a pessoas que, mesmo não fazendo parte de nenhum dos grupos considerados prioritários, teriam recebido a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus.
Os Estados são Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, segundo dados da Agência Brasil.
Levantamento realizado aponta que, em ao menos dez unidades da Federação, além do Distrito Federal, denúncias já motivaram os ministérios públicos estaduais e Federal a cobrar explicações dos governos locais sobre eventuais irregularidades na fila de prioridade, prevista no plano federal e em planos estaduais de vacinação.
Elaborado por representantes de órgãos governamentais e não governamentais, como sociedades científicas e conselhos profissionais e de secretários de Saúde, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 define a estratégia nacional de enfrentamento à pandemia e a ordem de vacinação. Entre outras coisas, o plano nacional estabelece como prioritária a vacinação de profissionais de saúde, principalmente os que estão na linha de frente do atendimento a pacientes com a covid-19; idosos acima de 60 anos vivendo em instituições de longa permanência (asilos e casas de repouso); portadores de deficiência com mais de 18 anos institucionalizados e indígenas de terras homologadas.
Até o momento, o País dispõe de 6 milhões de doses da vacina já disponibilizadas pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Considerando a necessidade de duas doses por pessoa, é uma quantidade suficiente para imunizar pouco mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O País deve recebeu, nessa sexta-feira (22), mais 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, e fabricadas pelo laboratório indiano Serum.
Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já está fazendo as análises de segurança em doses da vacina Oxford/AstraZeneca, que chegaram nessa sexta à noite ao Rio de Janeiro. O procedimento é uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A previsão da Fiocruz é que o material esteja pronto para ser devolvido ao Ministério da Saúde na tarde deste sábado (23).
O carregamento com dois milhões de doses da vacina, produzidas no Instituto Serum, chegou ao Rio por volta das 22h, depois que o governo indiano autorizou as exportações comerciais do imunizantes.
Ainda na pista, a aeronave foi recebida numa cerimônia de “batismo” por dois caminhões do Corpo de Bombeiros, que esguicharam água no avião.