Sábado, 07 de setembro de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Geral O Ministério Público quer que o Tribunal de Contas da União barre as manobras do governo para driblar o teto de gastos e usar o crédito extra em obras

Compartilhe esta notícia:

Sede do Tribunal de Contas da União, em Brasília. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) apresentou representação para que a corte acompanhe com “lupa” o risco de adoção de manobras orçamentárias para driblar o teto de gastos, mecanismo que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. O que se quer evitar é que o governo atrase a execução dos gastos extras aprovados para o enfrentamento do novo coronavírus para usar depois em obras públicas.

Apresentado pelo subprocurador-geral, Lucas Rocha Furtado, o pedido tem como base reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada na última terça-feira, que mostra as tentativas em curso no governo e no Congresso para aumentar os investimentos via drible do teto.

Na representação, Furtado diz que “causa assombro” a possibilidade de utilizar saldos de créditos extraordinários abertos para o combate à pandemia do coronavírus para aplicar em obras públicas. Ele lembra que o próprio TCU já identificou a baixa execução dos recursos destinados ao combate à Covid-19.

Por mais incredulidade que gere, nos faz lembrar episódio recente, em que o Ministro Gilmar Mendes mencionou a característica genocida com que as liderança federais lidam com a pandemia no país, num quadro em que nos aproximamos de 100 mil mortes por causa do novo coronavírus”, destaca Furtado.

O subprocurador lembra que o Supremo Tribunal Federal (STF) já definiu balizas estreitas para manejo de créditos extraordinários, em relação à sua urgência e imprevisibilidade das despesas. Segundo ele, a prosperar a intenção do governo revelada na matéria resultaria em uma antecipação inusitada da inclusão de créditos extraordinários em restos a pagar, que são despesas transferidas de ano para os anos seguintes. “É uma ofensa ao teto”, diz.

Na sua avaliação, a abertura de crédito extraordinário somente é admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

Ao Estadão, a Procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, Élida Graziane, diz que a baixa execução orçamentária do Ministério da Saúde tem sido alvo de inquérito civil público do MPF e de auditoria do TCU. “Também há severos gargalos na sustentação mínima da atividade econômica e na concessão de crédito às micro e pequenas empresas. Pensar que o Executivo federal atrase sua execução orçamentária de créditos extraordinários para burlar o teto, ao custo de mortes evitáveis e de recessão econômica, certamente implicará responsabilização às autoridades competentes”, alerta Graziene, que tem acompanhando o caso.

Medida provisória

O Plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (30) a medida provisória (MP 942/2020) que abriu créditos extraordinários para a Presidência da República e três ministérios no valor de cerca de R$ 639 milhões. De acordo com o Executivo, o crédito se destina a ações de prevenção e combate à pandemia. A MP teve parecer favorável do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e segue para promulgação.

Os recursos provêm do cancelamento de emendas do relator-geral do Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE). Do montante total, já houve empenho de R$ 337,7 milhões, dos quais R$ 174,6 milhões foram pagos. Os recursos serão repassados para a Presidência da República e para os ministérios da Cidadania; da Educação; da Justiça e Segurança Pública; da Mulher, Família e Direitos Humanos; e da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Senado.

 

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Geral

Rivaldo faz elogios a Neymar dizendo: “Decidiu focar em jogar futebol”
O presidente da Câmara dos Deputados chama novo imposto de “jeitinho” e diz que votará contra se o governo enviar uma proposta
https://www.osul.com.br/o-ministerio-publico-quer-que-o-tribunal-de-contas-da-uniao-barre-manobras-do-governo-para-driblar-o-teto-de-gastos-e-usar-credito-extra-em-obras/ O Ministério Público quer que o Tribunal de Contas da União barre as manobras do governo para driblar o teto de gastos e usar o crédito extra em obras 2020-07-30
Deixe seu comentário
Pode te interessar