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Ministro Alexandre de Moraes autoriza inquérito para apurar se deputado organizou transporte de manifestantes extremistas

Decisões do ministro são alvo de seis habeas corpus da Defensoria Pública. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar se a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) atuou para transportar manifestantes extremistas que participaram dos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro.

O ministro atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF) e autorizou que sejam realizadas diligências para aprofundar o caso. Com a decisão, Coronel Fernanda passa a ser a quinta parlamentar alvo do STF por suposta ligação com os atos golpistas de janeiro.

Ela é a primeira que será investigada por supostamente ter organizado ônibus para transportar bolsonaristas de Mato Grosso a Brasília para participarem dos atos do dia 8 de janeiro que terminaram na depredação das sedes dos Três Poderes.

Segundo reportagem do portal UOL, ao pedir a investigação, a Polícia Federal citou depoimento da aposentada Gizela Cristina Bohrer, de 60 anos, residente em Barra do Garças (MT), que disse ter viajado à capital federal em um ônibus organizado pela Coronel Fernanda e outros dois políticos. A caravana seria para apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de Coronel Fernanda, são investigados os deputados André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE), Silvia Waiâpi (PL-AP) e cabo Gilberto Silva (PL-PB). Os parlamentares negam ligação com os atos golpistas.

Na semana passada, a PF apontou ao Supremo que houve crime na conduta das deputadas Silvia Waiãpi e Clarissa Tércio por suas declarações de incentivo aos atos extremistas.

Moraes enviou o relatório da PF para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se há indícios contra as parlamentares.

CPI

Os deputados que compõem a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se reuniram, nessa quarta-feira (29), com o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo dos parlamentares era pedir o compartilhamento de informações obtidas por meio do inquérito aberto pelo Supremo.

A CPI investiga os atos de vandalismo que ocorreram na capital federal em 12 de dezembro e a invasão às sedes dos Três Poderes da República, que ocorreu no dia 8 de janeiro. Como o STF também apura os casos, os parlamentares querem que o Supremo compartilhe informações sobre os investigados.

Os parlamentares também pretendiam conversar com Moraes sobre o depoimento do ex-secretário de Segurança Anderson Torres que, durante os ataques terroristas, estava em viagem aos Estados Unidos. Torres, que está preso, foi convocado para depor na CPI, mas decidiu não comparecer após conseguir autorização na Justiça.

Atualmente, a CPI está na fase de depoimentos. Até o momento, quatro pessoas foram ouvidas pela comissão:

Nesta quinta (30), os parlamentares recebem o tenente-coronel da Polícia Militar Jorge Henrique da Silva Pinto. Ele trabalhava na inteligência da Secretaria de Segurança Pública quando ocorreram os ataques às sedes dos Três Poderes.

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