Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2024
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o início do cumprimento da pena de Maria de Fátima Jacinto Mendonça, conhecida como “Fátima Tubarão”, por sua participação nos atos extremistas do 8 de Janeiro.
Relator das ações contra os acusados de envolvimento no 8 de Janeiro, Moraes determinou ainda que Fátima seja submetida a exames médicos oficiais para o início da execução da pena.
A idosa, de 67 anos, foi condenada a 17 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com uma investigação conduzida pela PF, Maria de Fátima gravou vídeos durante a invasão da sede dos três Poderes, nos quais ela aparece afirmando que estava “quebrando tudo”, que era uma “guerra” e que iria “pegar o Xandão agora”. Nas imagens, ela ainda se apresenta como “Fátima de Tubarão”, em referência à sua cidade de origem, em Santa Catarina.
A idosa foi presa preventivamente ainda em janeiro do ano passado, durante a terceira fase da operação Lesa Pátria, que cumpriu 11 mandados de prisão em cinco Estados e no DF. Desde então, ela permanece detida no presídio de Criciúma (SC), aguardando a tramitação do caso no STF.
A acusação foi julgada em plenário virtual em agosto deste ano, com a maioria dos ministros seguindo o posicionamento de Moraes, relator do caso, que votou pela condenação de Fátima a 17 anos de prisão, além do pagamento de indenização de R$ 30 milhões. Atualmente, a sentença transita em julgado, ou seja, a defesa não tem mais direito de apresentar novos recursos.
Natural do município de Tubarão, em Santa Catarina, Fátima ficou conhecida depois de aparecer em um vídeo em que afirmava ter defecado no banheiro do STF, dizendo estar “sujando tudo”. A idosa disse ainda que iria “pegar o Xandão”, em referência a Moraes.
Interrogada no curso do processo, Fátima disse que, no dia dos ataques, um carro de som passou no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, dizendo que havia “chegado a hora”. Ela disse que acompanhou a multidão até a Praça dos Três Poderes e que os prédios já haviam sido invadidos.