Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2018
Com autorização do presidente Michel Temer para negociar “com tudo que pudesse”, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) fez um apelo para que os caminhoneiros acabem de forma imediata com a greve nacional da categoria. “Eu venho aqui, humildemente, dizer que precisamos que todos os caminhoneiros retomem as atividades”, pediu o titular da pasta.
Ele e outros ministros passaram a tarde reunidos com representantes de entidades dos caminhoneiros, “acertando os relógios” na busca de um acordo para acabar com a paralisação. O movimento, iniciado na segunda-feira, já afeta diretamente o abastecimento de itens básicos em todo o País.
“Temos expectativa que a partir desta quinta-feira tenhamos desmobilização dos protestos”, projetou Padilha durante entrevista coletiva. “Acreditamos que o movimento começará a ser desativado.” Ele garantiu que o diesel já estava mais barato e ressaltou que, agora, existe uma previsão de preço para os próximos 30 dias.
Outros ministros
Eduardo Guardia, titular da Fazenda, reiterou a informação de que, já no próximo mês, o preço-referência do diesel ficará congelado em R$ 2,10 o litro. Isso será possível porque o governo se comprometeu a bancar a manutenção do desconto de 10% por 15 dias no preço do diesel, anunciado na quarta-feira pela Petrobras, por mais 15 dias.
O governo federal se comprometeu a compensar a estatal em R$ 350 milhões para estender a redução por um período maior.
Por sua vez, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) salientou que o governo terá “uma política para que o preço da bomba esteja alinhada à realidade brasileira”, fazendo referência ao diesel.
O governo prometeu, no acordo, a buscar oportunidade para autônomos nas operações de cargas da Petrobras, na qualidade de terceirizados das empresas transportadoras da estatal. Não ficou especificado qual seria o número de contratações.
Além disso, será autorizado, por meio de medida provisória, que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) contrate transporte de cargas sem processo licitatório para até 30% de sua demanda de fretes para cooperativas ou entidades da categoria de autônomos.
O governo também vai pedir a extinção de ações judiciais decorrentes da greve. Além disso, ficou acertado que não haverá reoneração da folha de pagamento para o setor de transporte de cargas.
Irritação
Embora tenha manifestado otimismo em relação ao fim das paralisações, que incluem bloqueio de estradas e ocupação de rodovias por um grande número de carretas, Eliseu Padilha não escondeu o seu descontentamento quanto à postura do presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros). Isso porque José da Fonseca Lopes havia abandonado a reunião na Casa Civil, com sinais de contrariedade.
“Ele saiu com raiva da Casa Civil”, lamentou o ministro da Casa Civil, acrescentando que a CNT (Confederação Nacional do Transporte) assinou o documento em nome da Abcam, por uma questão de hierarquia entre as entidades, o que é contestado por líderes de caminhoneiros. “Nós o conhecemos, sabemos do que se trata”, frisou.