Ícone do site Jornal O Sul

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que Bolsonaro “se equivocou” ao anunciar um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras

Versão do governo é de que o aumento de imposto era apenas uma das possibilidades estudadas para manter programas de desenvolvimento para o Norte e Nordeste. (Foto: Agência Brasil)

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta sexta-feira que o presidente Jair Bolsonaro se “equivocou” ao anunciar que haveria um aumento no IOF (Imposto sobre Operação Financeiras). Mais cedo, o chefe do Executivo federal havia declarado que o governo elevaria o tributo para compensar perda de arrecadação com a concessão de incentivos às regiões Norte e Nordeste.

E antes de Onyx, o secretário especial de Receita Federal, Marcos Cintra, também já tinha garantido que não haveria aumento.

A elevação seria uma ideia encontrada pelo governo para garantir a prorrogação até 2023 dos incentivos fiscais concedidos às duas regiões, aprovados pelo Congresso Nacional no ano passado e sancionados por Bolsonaro na quinta-feira. Os benefícios são válidos para empresas que operam nas áreas de atuação das superintendências do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene).

“Ele se equivocou. Assinou a continuidade do projeto da Sudam e da Sudene”, afirmou Onyx em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Ainda de acordo com o ministro, o aumento de imposto era apenas uma das possibilidades estudadas para dar continuidade ao programas de desenvolvimento para o Norte e Nordeste. Nessa sexta-feira, no entanto, a sugestão teria sido rejeitada porque é contra uma das principais promessas de campanha do presidente.

“A questão do IOF é porque foi uma das alternativas para dar sustentação à prorrogação dos programas de desenvolvimento”, acrescentou o chefe da Casa Civil. “O presidente assinou a sanção, e nós concordamos por ser um príncipio do governo de não haver aumento carga tributária, haver aumento de impostos. Então vai aqui um reconhecimento para toda a equipe da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil que encontrou uma solução que cumpre a lei de responsabilidade fiscal sem onerar o já onerado e sacrificado contribuinte brasileiro. Não haverá nenhum aumento de IOF.”

A solução encontrada pelo governo, segundo Onyx, deve-se ao fato de que os projetos apresentados a Sudam e Sudene tem prazo médio de fruição do benefício de 12 a 14 meses. Neste caso, não correram em 2019 e, portanto, a previsão orçamentária de R$ 755,5 é suficiente para atender projetos aprovados em 2017 e 2018.

“Como em 2019 não vai haver a concessão, porque desde que a empresa apresente a proposta até que ela possa se beneficiar dela, o prazo médio é de 14 meses e isso é desde o início do programa. Nós colocamos isso (no decreto). Isso cumpre a lei de responsabilidade fiscal e para o exercício de 2020 e 2021, como a peça será feita em 2019, o governo deverá fazer a devida previsão orçamentária. Não precisa aumentar impostos”, salientou.

Imposto de Renda

Em relação à redução do Imposto de Renda, também anunciada por Bolsonaro e desmentida por Cintra, Onyx disse que é uma “tese que vem lá da campanha”, mas ressaltou que não é o momento de reduzir a arrecadação, devido ao déficit:

“Temos uma premissa que é obter o equilíbrio fiscal. Nós temos para este ano um déficit primário previsto de 139 bilhões, claro que não podemos nesse momento fazer nenhuma ação que pode resultar em redução da arrecadação”.

Sair da versão mobile