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Por Redação O Sul | 13 de julho de 2020
Os estudantes da Bolívia não serão reprovados este ano, devido à situação crítica provocada pela pandemia do novo coronavírus, anunciou o ministro da Educação, Víctor Hugo Cárdenas. As informações são da agência France Presse.
“Este ano não haverá reprovação alguma de nenhum estudante nos níveis pré-escolares, fundamental e médio”, disse o ministro em coletiva de imprensa.
Ele justificou a decisão pela situação causada pela pandemia da Covid-19. Neste contexto, “não é admissível falar de reprovação dos estudantes”, destacou.
Professores pressionam pela volta às aulas presenciais e governo diz que poderá encerrar ano letivo mais cedo caso os protestos persistam.
Suspensão das aulas presenciais
Professores e pais de alunos questionam a suspensão das aulas presenciais e a substituição pela educação a distância. Segundo eles, muitos estudantes não estão tendo acesso à educação de qualidade devido ao alto número de casas sem conexão à internet ou ao custo em pagar por estes acessos, em um momento em que a renda das famílias caiu por causa da diminuição da atividade econômica.
Professores rurais iniciaram na última sexta-feira (10) em Lahuanchaca (a 125 Km de La Paz) uma marcha até a sede do governo para exigir um recuo e a renúncia do ministro da Educação.
“As exposições dos dirigentes saem do campo educacional e entram perigosamente no território da política, no questionamento ao governo e na desestabilização da convivência democrática”, afirmou Cárdenas.
Dirigentes da Central Operária Boliviana, principal organização sindical do país, vinculada ao ex-presidente Evo Morales, convocaram para esta terça-feira (14) um protesto para defender o caráter público da saúde e da educação.
Cárdenas lamentou que os professores não tenham respondido ao seu convite de dialogar com a mediação da Igreja Católica e que insistam no “retorno imediato às aulas presenciais”, quando a curva da pandemia está em ascensão.
A Covid-19 deixou até agora na Bolívia 1.807 mortos e mais de 48 mil contágios.
O ministro advertiu para a possibilidade de um encerramento antecipado do ano escolar caso persistam as pressões sindicais.
“Se a teimosia e a polarização da dirigência do magistério continuarem, o cenário do encerramento do ano escolar é uma alternativa”, disse.
Aulas remotas no Brasil
No Brasil, as aulas presenciais seguem suspensas desde março. Estados e municípios analisam a segurança da reabertura das escolas.
Após pouco mais 100 dias de suspensão das aulas presenciais, um levantamento do portal de notícias G1 junto às secretarias estaduais de educação aponta que 15 dos 25 Estados que implantaram atividades à distância monitoram a adesão dos estudantes ao ensino remoto – e os índices mostram que as aulas on-line não são acompanhadas por todos os alunos.
Isso significa que, apesar dos esforços das redes, parte dos estudantes pode não ter acesso à educação na pandemia. As razões são várias – e incluem falta de estrutura em casa, de computadores ou de conexão. A alternativa para os alunos é recorrer às atividades impressas ou à transmissão por outras mídias, como TV aberta ou via rádio. Nesses casos, também é difícil mensurar quantos estudantes estão efetivamente assistindo ao conteúdo.
Enquanto isso, escolas particulares em ao menos 7 capitais estimam reabrir as salas aos alunos até agosto, segundo dados da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), apurados até 25 de junho. Em todo o Estado de São Paulo, o retorno será em setembro, por decisão do governo estadual.