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O ministro da Saúde disse que “nem sabia o que era o SUS” antes de ocupar o posto no governo Bolsonaro

O ministro chegou a ser internado em Brasília. (Foto: Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nessa quarta-feira (7) que “nem sabia o que era o SUS”, antes de ocupar o posto no governo Jair Bolsonaro (sem partido). A declaração foi feita em coletiva de imprensa de lançamento de campanha do Outubro Rosa.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos também estavam presentes no evento.

“Eu não sabia nem o que era o SUS. Eu passei a minha vida sendo tratado em instituição pública do exército, vim conhecer o SUS a partir deste momento da vida e compreendi a magnitude dessa ferramenta que o Brasil nos brindou”, disse Pazuello.

De acordo com o ministro, a ferramenta dá ao País a “capacidade de ser referência nos combates de muitas doenças no Brasil”.

Durante o discurso, ele enfatizou que o SUS garante auxílio integral às mulheres que procuram atendimento.

Na cerimônia, o ministro também voltou a falar sobre a pandemia do novo coronavírus. “Não tem como falarmos aqui sobre a preocupação na realização dos exames de prevenção do câncer de mama, e não reforçar a importância do diagnóstico precoce da covid-19.”

Demanda

Pazuello disse ainda que o novo desafio do SUS será atender a demanda represada pela pandemia de covid-19 e ainda dar conta dos atendimentos regulares ao longo de 2021.

“A segunda onda da pandemia não é o repique da pandemia. A segunda onda é exatamente as doenças e os tratamentos que foram interrompidos ou que não foram começados. Esse é o novo desafio do SUS”, disse.

Sem entrar em detalhes, o ministro afirmou que a pasta está se preparando para atender a demanda represada de consultas, tratamentos e diagnósticos. “Isso vai precisar de muito empenho e vai precisar efetivamente de uma ferramenta como o SUS”, afirmou.

Câncer de mama

Segundo dados do Ministério da Saúde, o SUS realizou 1,1 milhão de mamografias de janeiro a julho de 2020. O dado mostra uma queda de 46,8% em relação ao mesmo período no ano passado, quando foram realizados 2,1 milhões de exames.

O secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, culpou o isolamento social pela diminuição no número de mamografias realizadas.

“Em nenhum momento — aí eu posso falar da nossa rede federal de assistência — os nossos hospitais e nossos institutos fecharam as portas. Queria deixar isso bem claro. Talvez o efeito de uma estratégia do passado do ‘fique em casa’ possa ter, sim, prejudicado esse acesso que hoje estamos externando nesses dados. Faltou realmente uma comunicação para dizer que a assistência do acesso ao tratamento estava aberto”, disse o secretário.

O SUS foi criado em 1988, pela Constituição Federal, e deve oferecer a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce no atendimento primário e pelo rastreio mamográfico.

De acordo com a pasta, é recomendado que mulheres sem sintomas ou sinais de doença com idade entre 50 a 69 anos façam o exame a cada dois anos.

Ao ser atendida na Unidade Básica de Saúde, independentemente do motivo da procura, toda mulher nessa faixa etária será abordada para realização da mamografia, segundo o órgão.

Para este ano, a estimativa é que sejam diagnosticados 66.280 novos casos de câncer de mama em mulheres no Brasil. O Ministério da Saúde afirma que a prevenção pode diminuir o número de casos de câncer de mama.

A pasta aponta a amamentação como uma forma de prevenção. Segundo o ministério, estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação.

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