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Brasil O ministro da Saúde diz que a Fiocruz vai passar a produzir insumo nacional para vacina contra o coronavírus a partir de agosto

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A nova etapa iniciará em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Na foto, o ministro Queiroga (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a previsão é de que em agosto a Fiocruz já consiga fazer a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para uma vacina 100% brasileira.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (9) na visita às instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de produção da vacina Oxford/AstraZeneca, no Rio de Janeiro.

“Hoje eu vi aqui a produção do IFA nacional. Acredito que no mês de agosto já tenhamos IFA produzido na Fiocruz. Isso representa uma conquista excepcional. Autonomia do Brasil e dispensa a necessidade de importação desse insumo para que a Fiocruz produza vacinas”, disse o ministro.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, também presente no encontro, voltou a dizer que a vacina já com a matéria-prima brasileira deve chegar para a população em setembro.

Em fevereiro, o atraso no envio do insumo paralisou a produção do imunizante no Brasil e a instituição chegou a dizer que a demora atrasaria o cronograma de vacinação.

“Vara de condão”

Ao ser perguntado se o Ministério da Saúde tem estratégias imediatas para acelerar a vacinação no País, Queiroga afirmou que a pasta não tem “vara de condão” para resolver os problemas.

“O ministério não tem ‘vara de condão’ para resolver todos os problemas. A gente trabalha todos os dias para trazer alternativas para a população brasileira”, afirmou Marcelo Queiroga.

Nesta sexta, Goiânia e Curitiba interromperam a aplicação da 1ª dose do imunizante contra covid-19 por falta de vacina.

Diálogos

Queiroga afirmou ainda que o cenário para a compra de vacinas “não é simples”, mas que o Brasil está em contato com outros países. Segundo ele, o Ministério das Relações Exteriores mantém diálogos com China, Índia e Estados Unidos para adquirir os imunizantes.

“Nós temos uma expectativa da entrega de doses, que pode sofrer alterações. Por exemplo, se tiver um problema com o IFA que vem da China, pode atrasar. A sociedade brasileira toda quer uma campanha de imunização eficiente e rápida, que possa trazer esperança para o povo. Mas não é simples. O cenário que vivemos no Brasil, não é só no Brasil. Tem problemas em outros países”, afirmou.

“Nós temos duas indústrias aqui que produzem as vacinas, já é um grande alento. O ministério está muito empenhado. Através do Ministério das Relações Exteriores, temos conversado com embaixadores da China, da Índia, Estados Unidos e outras indústrias farmacêuticas para achar uma solução dentro de um prazo mais rápido”, completou.

Mudança na logística

O ministro afirmou que as vacinas produzidas na Fiocruz, e que serão destinadas ao Rio de Janeiro, não precisarão mais ser encaminhadas ao Governo Federal antes da distribuição. O objetivo é não interromper o cronograma de vacinação.

Antes, o procedimento adotado era o encaminhamento dos imunizantes para a União e, em seguida, a distribuição para os Estados.

O Ministério da Saúde distribuiu na última quinta-feira (8) mais de 4,4 milhões de doses de vacina contra covid-19 aos Estados e Distrito Federal. Cerca de 2,4 milhões foram produzidas pela Fiocruz.

Mortes

A visita à Fiocruz acontece depois de a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovar um convite ao ministro para explicar a alta nas mortes por covid no País.

Também foram convidados pela Câmara o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário.

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