Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2021
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a previsão é de que em agosto a Fiocruz já consiga fazer a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para uma vacina 100% brasileira.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (9) na visita às instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de produção da vacina Oxford/AstraZeneca, no Rio de Janeiro.
“Hoje eu vi aqui a produção do IFA nacional. Acredito que no mês de agosto já tenhamos IFA produzido na Fiocruz. Isso representa uma conquista excepcional. Autonomia do Brasil e dispensa a necessidade de importação desse insumo para que a Fiocruz produza vacinas”, disse o ministro.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, também presente no encontro, voltou a dizer que a vacina já com a matéria-prima brasileira deve chegar para a população em setembro.
Em fevereiro, o atraso no envio do insumo paralisou a produção do imunizante no Brasil e a instituição chegou a dizer que a demora atrasaria o cronograma de vacinação.
“Vara de condão”
Ao ser perguntado se o Ministério da Saúde tem estratégias imediatas para acelerar a vacinação no País, Queiroga afirmou que a pasta não tem “vara de condão” para resolver os problemas.
“O ministério não tem ‘vara de condão’ para resolver todos os problemas. A gente trabalha todos os dias para trazer alternativas para a população brasileira”, afirmou Marcelo Queiroga.
Nesta sexta, Goiânia e Curitiba interromperam a aplicação da 1ª dose do imunizante contra covid-19 por falta de vacina.
Diálogos
Queiroga afirmou ainda que o cenário para a compra de vacinas “não é simples”, mas que o Brasil está em contato com outros países. Segundo ele, o Ministério das Relações Exteriores mantém diálogos com China, Índia e Estados Unidos para adquirir os imunizantes.
“Nós temos uma expectativa da entrega de doses, que pode sofrer alterações. Por exemplo, se tiver um problema com o IFA que vem da China, pode atrasar. A sociedade brasileira toda quer uma campanha de imunização eficiente e rápida, que possa trazer esperança para o povo. Mas não é simples. O cenário que vivemos no Brasil, não é só no Brasil. Tem problemas em outros países”, afirmou.
“Nós temos duas indústrias aqui que produzem as vacinas, já é um grande alento. O ministério está muito empenhado. Através do Ministério das Relações Exteriores, temos conversado com embaixadores da China, da Índia, Estados Unidos e outras indústrias farmacêuticas para achar uma solução dentro de um prazo mais rápido”, completou.
Mudança na logística
O ministro afirmou que as vacinas produzidas na Fiocruz, e que serão destinadas ao Rio de Janeiro, não precisarão mais ser encaminhadas ao Governo Federal antes da distribuição. O objetivo é não interromper o cronograma de vacinação.
Antes, o procedimento adotado era o encaminhamento dos imunizantes para a União e, em seguida, a distribuição para os Estados.
O Ministério da Saúde distribuiu na última quinta-feira (8) mais de 4,4 milhões de doses de vacina contra covid-19 aos Estados e Distrito Federal. Cerca de 2,4 milhões foram produzidas pela Fiocruz.
Mortes
A visita à Fiocruz acontece depois de a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovar um convite ao ministro para explicar a alta nas mortes por covid no País.
Também foram convidados pela Câmara o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário.