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Brasil O ministro da Saúde diz que fábricas de vacinas para animais podem ser adaptadas para produzir imunizantes para os humanos contra o coronavírus

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De acordo com o ministro, mais de 100 milhões de brasileiros "já estão vacinados com a primeira dose". (Foto: Fábio Pozzebom/ Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que, em uma conversa com Tedros Adhanom, presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), analisou-se a possibilidade de adaptar fábricas brasileiras de vacinas para animais para que elas passem a produzir vacinas para a prevenção da Covid-19 em humanos.

Queiroga diz que um dos temas da conversa entre ele e Tedros foi como assegurar mais vacinas nos próximos três meses. Segundo o ministro, além da Fundação Oswaldo Cruz e do Butantan, será feita também uma análise técnica “para a adequação dos parques que produzem vacinas animais para utilizá-los para produzir vacinas em humanos”.

Evitar um lockdown

O ministro disse diversas vezes, durante a entrevista, que é preciso observar as regras de prevenção ao contágio, como usar máscaras e evitar aglomerações, mas que não haverá uma lei que obrigará as pessoas a fazerem isso.

“O Brasil é um dos focos da doença, estamos perdendo, todos os dias, muitos brasileiros. Isso decorre da pressão sobre o sistema de saúde”, afirmou Queiroga. Foi nesse momento que ele pediu para que as pessoas usem máscaras, mantenham distanciamento e evitem aglomerações.

“Todos sabemos que o uso de máscaras é fundamental, é necessário que haja adesão da população brasileira”, disse.

Ele então afirmou que a ideia é também proteger a economia e que evitar lockdown é a ordem. “Não adianta querer fazer isso na base da imposição. Não vão conseguir. Não é lei que vai obrigar as pessoas a usar máscara, tem lei demais nesse país. É preciso que as pessoas acreditem no que estamos dizendo e que façam”, afirmou.

Campanha de vacinação

Queiroga afirmou que a prioridade, no momento, é ampliar a campanha de vacinação. Ele repetiu que faltam vacinas no Brasil e no mundo. O ministro disse que o governo se comprometeu com a meta de 1 milhão de injeções de vacina por dia no mês de abril. “Temos a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan nos assegurando 30 milhões [de doses] no mês de abril”, disse ele.

Um dos problemas é que falta insumo farmacêutico ativo (IFA), um dos componentes básicos para fazer a vacina.

Queiroga disse que a Fundação Oswaldo Cruz tem conversado com a AstraZeneca para a produção de um IFA nacional, que daria mais autonomia ao país. O ministro disse, no entanto, que também tem conversado com a embaixada da China para poder importar uma quantidade maior. “É na base do diálogo que vamos buscar soluções”, disse ele.

Vacinas da Covax

O ministério conta também com doses do consórcio Covax. “Em outubro o Brasil alocou US$ 150 milhões para que tenhamos um aporte de vacinas para cobrir 10% da nossa população”, afirmou ele.

A Covax Facility é uma aliança global com mais de 150 países criada para impulsionar o desenvolvimento e a distribuição das vacinas contra a covid-19. A iniciativa é liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O acordo do Brasil com o consórcio prevê 42 milhões de doses.

Houve também uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, da Defesa. Os três falaram sobre como as Forças Armadas podem agir para acelerar a campanha de vacinação.

“Teremos apoio das Forças Armadas na logística, e com o corpo técnico da área da saúde, ajudando estados e municípios a vacinar de maneira efetiva”, afirmou ele. As Forças Armadas estão presentes no país inteiro, o que pode ajudar na campanha, disse ele, sem dar mais detalhes.

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