O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, está com coronavírus
Fabricia Albuquerque
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, testou positivo para covid-19, segundo nota divulgada nesta quarta-feira (21) pela própria pasta.
De acordo com o comunicado, na terça (20), por volta das 23h, Pazuello foi submetido a exames clínicos médicos que confirmaram o diagnóstico. O teste PCR, que identifica o vírus de forma ativa, também foi realizado, mas o resultado ainda não foi liberado.
O estado de saúde do ministro, segundo a pasta, é estável. Pazuello está no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército, onde reside, em Brasília, e é monitorado por uma equipe multiprofissional.
Pazuello, segundo amigos, ficou contrariado com as críticas do presidente Jair Bolsonaro às negociações feitas com governadores para a aquisição da vacina para a covid-19 desenvolvida pelos chineses e que será produzida pela Instituto Butantan.
“Ele não gostou,. Foi enquadrado e ele foi claro que tudo irá seguir as normas da Anvisa, e que será uma vacina brasileira”, disse um amigo do ministro ao blog do jornalista Valdo Cruz.
O diagnóstico ocorreu no mesmo dia em que ministro protagonizou uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a intenção de compra, do Ministério da Saúde, de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, órgão ligado ao Estado de São Paulo.
A intenção de compra havia sido comunicada por Pazuello, na segunda-feira (19), em ofício encaminhado ao diretor-geral do Butantan, Dimas Covas.
O documento aponta que a dose da Coronavac seria adquirida ao preço estimado de US$ 10,30 (dez dólares e trinta centavos), “seguindo as especificações da vacina e o respectivo cronograma de entrega descritos no ofício de 16 de outubro de 2020”.
Bolsonaro, contudo, desautorizou Pazuello e afirmou que o governo federal não irá comprar “vacina chinesa do João Doria”. A informação foi confirmada pelo próprio presidente.
Repercussão
Doria afirmou que “não devemos avaliar origem da vacina, mas sua eficácia. A vacina é o que vai salvar a todos, não é política, não é ideologia. […] Temos que vencer o vírus e vencer o vírus significa vacinar. E que a paz também possa chegar ao espírito e as atitudes do presidente da República” .
“Bolsonaro agora quer fazer a ‘guerra das vacinas’. Só pensa em palanque e guerra. Será que ele não quer jogar War ou videogame com Trump? Enquanto jogasse, ele não atrapalharia os que querem tratar com seriedade os problemas da população. Não queremos uma nova guerra na Federação. Mas com certeza os governadores irão ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário para garantir o acesso da população a todas as vacinas que forem eficazes e seguras. Saúde é um bem maior do que disputas ideológicas ou eleitorais”, declarou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também se manifestou: “A decisão sobre a inclusão de uma vacina no Programa Nacional de Imunizações deve ser eminentemente técnica, e não política”, afirmou em vídeo postado nas redes sociais.