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Por Redação O Sul | 5 de julho de 2018
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que órgãos federais e estaduais do Rio de Janeiro monitoram candidaturas de pessoas ligadas ao crime organizado, como as milícias e as facções criminosas, com o objetivo de impedir que, caso sejam eleitos, esses candidatos tomem posse ou cumpram o mandato.
“O crime organizado chegou a controlar 800 comunidades no Rio de Janeiro. Quem tem o controle do território muitas vezes consegue o controle do voto para eleger seus representantes e aliados”, afirmou Jungmann à imprensa, durante um evento no Rio de Janeiro.
O ministro disse ainda que tomará “providências” para evitar que pessoas vinculadas ao crime organizado assumam os cargos. “Se houver essa influência (de milícias e facções na disputa), vamos tomar providências para evitar que esses representantes do crime organizado tomem posse”, afirmou.
Jungmann citou um grupo de trabalho criado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) integrado por representantes da própria Corte Eleitoral, da Polícia Federal, das polícias do Rio de Janeiro, da Agência Brasileira de Inteligência e do Ministério Público. “Todos estão mobilizados para que, se houver essa influência, possamos evitar que esses representantes do crime organizado tomem posse e, se chegarem a tomar posse, que sejam cassados”, reafirmou o titular da Segurança Pública.
Jungmann participou, no Rio de Janeiro, do lançamento de um projeto realizado em parceria pelos ministérios da Segurança e da Cultura. O programa #economiacriativagerafuturo pretende oferecer cursos profissionalizantes a 8 mil jovens de favelas do Rio de Janeiro. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, também participou do evento.
“Não é possível que o crime se infiltre no Legislativo, seja em qualquer nível. E também não é aceitável que haja representação de criminosos onde se dá a representação popular do Rio de Janeiro”, declarou Jungmann.
Marielle
Durante o evento, que ocorreu no Centro Técnico Audiovisual, em Benfica (Zona Norte), Jungmann foi cobrado pelos presentes sobre uma solução para o homicídio da vereadora Marielle Franco, do PSOL, assassinada em 14 de março.
“Sempre sou muito cobrado sobre a violência, sobre Marielle, sobre diversas coisas, mas estamos aqui justamente para celebrar a vida, a arte e a criação. Estou aqui para lembrar que a ponte entre nós todos é a cultura. Essa é a melhor política de segurança que existe, não é com fuzis e armas. Não adianta pensar que vamos resolver tudo só pelo lado da repressão”, afirmou o ministro.
O projeto lançado na quarta vai oferecer 50 cursos profissionalizantes em áreas como fotografia, produção de TV e cinema, programação de internet, figurinista, pintura digital, desenho e edição de vídeo para jovens de 14 anos que moram em 40 áreas vulneráveis do Estado do Rio. O interessado precisa ter concluído o sexto ano do ensino fundamental e vai receber uma bolsa de estudos de cerca de R$ 900.