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O ministro das Relações Exteriores do Brasil vai aos Estados Unidos para discutir a situação de crianças imigrantes separadas dos pais

Reunião foi motivada pela política de tolerância zero do país. (Foto: Reprodução/US Customs and Border Protection)

O ministro Aloysio Nunes Ferreira, das Relações Exteriores do Brasil, vai aos Estados Unidos para discutir a situação de crianças imigrantes separadas dos pais. A situação de pelo menos 58 crianças e adolescentes filhos de imigrantes ilegais brasileiros, separados dos pais nos Estados Unidos vai reunir 14 cônsules do Brasil, em Chicago (EUA), nos dias 6 e 7. O ministro brasileiro coordenará a reunião com os cônsules do País nos EUA, México e Canadá em busca de soluções para o impasse.

Com a disposição de discutir as dificuldades que envolvem o intenso fluxo migratório em torno dos três países, o chanceler viaja na próxima quarta-feira (4). A agenda ainda está em fase de organização. Por enquanto, não há previsão de reuniões com os parentes dos imigrantes ilegais nem com autoridades norte-americanas.

Do lado brasileiro, a tensão em torno dos imigrantes ilegais deve ser discutida em pelo menos quatro etapas: uma com os 10 cônsules do Brasil nos Estados Unidos, outra com os três do Canadá e uma terceira com o único que está no México. Por fim, o tema vai ser tratado de forma geral.

Retorno

No dia 26, o presidente Michel Temer se reuniu com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence. No encontro, Temer se colocou à disposição para buscar as crianças brasileiras separadas dos pais para trazê-las ao Brasil. No entanto, as autoridades brasileiras informaram que é preciso respeitar o desejo de cada um dos que foram para os Estados Unidos e verificar se querem retornar.

Internamente, Aloysio Nunes e as autoridades brasileiras consideram cruel a decisão de Trump de separar filhos dos imigrantes ilegais. O governo brasileiro tem recomendado aos que sonham em deixar o País sem os documentos e autorização necessárias que não o façam.

Histórico

O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Ministério das Relações Exteriores, aponta que há 58 crianças brasileiras separadas dos pais em abrigos dos Estados Unidos, principalmente nas regiões de Illinois, Chicago e Tuckson. No total, são mais de 2 mil crianças e adolescentes vivendo longe das famílias consideradas imigrantes ilegais no país.

Desde maio, a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tolerância zero com a imigração ilegal, levou à separação de mais de 2 mil crianças de suas famílias ao cruzar ilegalmente a fronteira entre México e Estados Unidos.

Após pressão doméstica e internacional, Trump assinou decreto prometendo o fim da separação das famílias. Porém, a decisão só se aplicará aos novos casos.

Decisão 

Um juiz federal do estado norte-americano de Illinois ordenou na quinta-feira (28) a libertação imediata de um menino brasileiro de nove anos que estava separado da sua mãe nos Estados Unidos depois de ambos terem cruzado juntos a fronteira do país com o México. A informação é do escritório de advocacia que cuida do caso.

Ainda segundo o processo, a mãe entrou nos Estados Unidos de maneira ilegal, mas já cumpriu sua sentença relacionada à entrada e foi libertada no último dia 9 de junho. Ela aguarda o resultado de um pedido de asilo no país.

O menino passou quatro semanas em um abrigo em Chicago. No dia 26 de junho, o advogado de Lidia Karine Souza entrou na Justiça com um pedido de medida cautelar contra a separação da família, consequência da política de tolerância zero promovida desde maio pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions.

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