Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2018
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus para nove presos da Operação Lava-Jato em maio. Saiba quem:
Hudson Braga
Secretário de Obras de Cabral, Braga foi condenado em 1ª instância a 27 anos de prisão por usar empresas criadas em seu nome e em nome de parentes para receber dinheiro por meio de contratos simulados de prestação de serviços.
Carlos Miranda
Apontado como o principal operador de Cabral, Carlos Miranda fechou acordo de delação premiada, já homologado por outro ministro do STF, Dias Toffoli.
Arthur Pinheiro Machado
O Empresário é apontado como operador e criador da Nova Bolsa, projeto para criar uma nova bolsa de valores no país, que recebeu aportes financeiros suspeitos de fundos de pensão dos Correios e da Serpro. Ele foi preso na Operação Rizoma.
Milton Lyra
O lobista do MDB foi preso preventivamente na Operação Rizoma por suspeitas de envolvimento com desvios no Postalis e de lavagem de dinheiro dos recursos desviados.
Outros presos
Após soltar Milton Lyra, Gilmar Mendes também concedeu liberdade para outros quatro presos na operação: Marcelo Sereno, ex-secretário nacional de comunicação do PT; Adeilson Ribeiro Telles, do Postalis, Carlos Alberto Valadares Pereira, da Serpro, e Ricardo Siqueira Rodrigues, apontado como operador financeiro.
Paulo Preto
Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, é apontado como operador de propinas do PSDB. Ex-diretor da Dersa, estatal paulista responsável pelas rodovias, ele foi preso em 6 de abril por desvios de R$ 7,7 milhões, entre 2009 e 2011, durante o governo de José Serra (PSDB).
Aécio e Anastasia
Gilmar Mendes também autorizou a prorrogação por mais 60 dias de um dos inquéritos abertos contra os senadores do PSDB de Minas Gerais Aécio Neves e Antonio Anastasia a partir das delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht. Em notas, as defesas de Aécio e Anastasia disseram que a prorrogação do inquérito é um procedimento normal.
A investigação é sobre se Aécio, Anastasia, o ex-presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) Oswaldo Borges da Costa e o marqueteiro Paulo Vasconcelos do Rosário Neto receberam vantagens indevidas na campanha de Anastasia ao governo de Minas Gerais em 2010, a pedido de Aécio.
O ministro já havia ampliado por mais dois meses outra investigação contra Aécio, a que apura se o senador teve participação em suposta maquiagem nos dados sobre o Banco Rural com objetivo de esconder a existência do mensalão mineiro durante a apuração na CPI dos Correios, que investigou o mensalão do PT.
No caso que envolve supostas irregularidades na campanha de Anastasia, a Polícia Federal pediu mais prazo para ouvir depoimento de Oswaldo Borges da Costa Filho, além de avaliar dados do sistema de comunicação do setor de propinas da Odebrecht “Drousys” e do sistema de contabilidade paralela “My Web Day”.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, concordou com a prorrogação afirmando que seria necessário, ainda, obter registros de entrada do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sérgio Luiz Neves na Codemig. Segundo Dodge, a empresa afirmou no processo não havia registros, mas destacou que o controle é feito manualmente.
Ao autorizar a prorrogação, Gilmar Mendes destacou que o regimento do Supremo prevê a prorrogação quando há diligências pendentes. “Defiro a prorrogação do prazo para a conclusão das investigações, por sessenta dias, para realizar as inquirições pendentes e para análise e eventual perícia em dados dos sistemas utilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht”. Aécio é alvo também de outras apurações no STF e Anastasia é investigado em um segundo inquérito.