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O ministro Gilmar Mendes pediu para o presidente do Supremo tomar providências sobre as declarações do senador Kajuru

Jorge Kajuru acusou Gilmar Mendes (foto) de vender sentenças. (Foto: Reprodução/TV Justiça)

O ministro Gilmar Mendes enviou ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) um ofício pedindo para ele tomar as “providências que entender cabíveis” contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O documento leva em conta “o teor das palavras declaradas pelo senador” em uma entrevista à Rádio Bandeirantes. Kajuru acusou Mendes de vender sentenças e anunciou que a CPI aberta no Senado Federal para apurar tribunais superiores investigaria o ministro em primeiro lugar.

“Queremos saber como você tem 20 milhões de patrimônio. De onde tirou? De Mega-Sena? Herança de quem? Foram das sentenças que você vendeu, seu canalha”, declarou Kajuru na entrevista. “Ele viaja 12 vezes por mês a Portugal com o dinheiro de vocês. Tem vários imóveis lá”, completou o parlamentar.

Sobre a libertação do ex-governador do Paraná Beto Richa, Kajuru respondeu: “Beto Richa é sócio dele, Aécio Neves é sócio dele, o Marconi Perillo é sócio dele”.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), manifestou solidariedade ao colega Kajuru, depois de divulgado o ofício de Mendes. Alcolumbre ressaltou que os senadores são invioláveis penalmente por suas opiniões. “Conclamo o STF a respeitar os senadores”, disse o presidente da Casa, em plenário.

Kajuru ironizou a reação do ministro do Supremo e disse que, se receber o ofício, vai pendurá-lo na parede do seu gabinete como um “atestado de idoneidade”.

Lava-Jato

A maior e principal entidade de promotores e procuradores em todo o País – Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) – repudiou na semana passada, com veemência, o feroz ataque do ministro Gilmar Mendes a integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato.

O ministro acusou procuradores de agirem com “métodos de gângster”. O ataque sem precedentes ocorreu durante a sessão plenária do dia 14 deste mês, quando a Corte decidiu que a Justiça Eleitoral deve julgar crimes comuns, inclusive corrupção e lavagem de dinheiro, quando conexos a crimes eleitorais, como o caixa dois.

A decisão do Supremo representa um pesado revés para a Operação Lava-Jato e foi criticada pela força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná. A Conamp afirmou que o “exercício de qualquer múnus público exige de seus agentes postura equilibrada e respeitosa” e por isso, ao atacar a Procuradoria durante a sessão, Gilmar Mendes “desborda do dever de urbanidade e do necessário respeito aos Poderes constituídos”.

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