Uma frase de efeito que circula bastante em Hollywood é a que diz que “um herói é apenas tão bom quanto o seu vilão”. Se isso for verdade, sortudos foram os heróis que tiveram Christopher Lee como antagonista. Com carisma de sobra, o ator interpretava o tipo de personagem que as multidões amavam odiar. Segundo o próprio ator, ele participou de mais de 230 filmes – e julga que em 85% deles vivia um vilão.
Lee morreu no último dia 7, aos 93 anos, mas a notícia foi divulgada apenas dia 11, respeitando um pedido da viúva do ator, Gitte, com quem teve uma filha. Ele havia sido hospitalizado por insuficiências cardíaca e respiratória e outros problemas decorrentes.
PAPÉIS MARCANTES – Para as gerações mais novas, Christopher ficou famoso com o mago Saruman, que interpretou em cinco filmes da franquia “O Senhor dos Anéis”, e como o Conde Dookan, dos longas recentes de “Star Wars”. Os mais antigos, porém, devem se lembrar do ator britânico na pele de três mostros clássicos: Frankenstein, que ele viveu em 1957; a Múmia, em 1959; e Drácula, papel que interpretou em diversos filmes entre 1958 e 1976.
Também fez o vilão que enfrenta James Bond em “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro” (1974) e um cientista louco em “Gremlins 2: A Nova Geração”. Seu trabalho mais recente foi “Angels in Notting Hill”, de 2014, sem previsão de lançamento no Brasil. Ele se preparava para começar a gravar o drama “The 11th”, em que atuaria ao lado de Uma Thurman. Como sempre afirmou que gostaria de trabalhar até o último dia de sua vida, Lee conseguiu o seu desejo.
Tim Burton, que dirigiu o ator em cinco filmes, lamentou a perda: “Christopher foi uma lenda de verdade. Tive a felicidade de poder chamá-lo de amigo. Ele me inspirou e continuará a me inspirar”. (DSP)