Domingo, 23 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2020
A fim de proteger cerca de 10 mil peças armazenadas no porão do MJC (Museu Júlio de Castilhos), as peças da reserva técnica foram transferidas para uma sala no pavimento superior do casarão histórico, localizado na rua Duque de Caxias (próximo à Catedral Metropolitana), no Centro Histórico de Porto Alegre. Por esse motivo, a visitação pública está suspensa até a próxima segunda-feira.
“Com a medida, as peças mais frágeis e suscetíveis a intempéries, como tecidos, plumarias, couro e papéis, deixam de sofrer com a flutuação da umidade relativa do ar do porão e passam a ficar em uma sala com circulação de ar, umidade mais estável e a salvo de alagamentos”, ressalta a direção do Museu, o mais antigo em funcionamento no Estado – desde 1905.
De acordo com a equipe responsável, trata-se de um trabalho minucioso, que envolve a identificação de cada peça e a respectiva localização nos armários, além do deslocamento para outros espaços internos, de modo que seja viabilizada a mudança do mobiliário e o retorno para seu compartimento de guarda.
“A nova reserva poderá ser observada pelos visitantes por grandes vidraças, caracterizando-se também como um espaço de educação para o patrimônio, já que, em geral, os bastidores de museus não são liberados para o público”, acrescenta a o site oficial do governo do Rio Grande do Sul, ao qual a instituição é vinculada. O telefone é (51) 3212-9035 e a Casa, em períodos normais, o horário de funcionamento vai das 10h às 17h, de terça a sábado.
“Botas do Gigante”
Recentemente, as famosas “Botas do Gigante” – uma das peças mais populares do acervo do Museu Julio de Castilhos – foram retiradas da vitrine para serem submetidas a um processo de restauro. O item permaneceu em exposição permanente durante cerca de 50 anos e ultimamente se encontrava em um espaço denominado “Gabinete de Curiosidades”.
Por ficar tanto tempo em exibição pública, os calçados – feitos em couro – se degradaram, devido a fatores como contato com a luz e a poeira. A boa notícia é que, mesmo durante essa processo de recuperação, o público poderá continuar vendo o item. O serviço de recuperação será realizado dentro da chamada “Reserva Técnica 2” da instituição, que tem uma parede de vidro, possibilitando assim o contato visual dos visitantes.
“A ideia é de que as botas retornem em um contexto narrativo no qual seja exposta para falar sobre a diversidade, não se tratando mais de algo exótico”, salienta a direção da Casa. “A futura exibição, contudo, deverá ser temporária, já que a peça não aguentaria mais um longo período de exposição ao ambiente.”
(Marcello Campos)