Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2018
O futuro ministro da Casa Civil, o deputado federal Onyx Lorenzoni, disse que o governo de Jair Bolsonaro precisa saber “toda a verdade sobre a Petrobras” antes de decidir qualquer mudança na política de preços dos combustíveis. Hoje, os preços da gasolina são atrelados ao dólar e às variações do mercado internacional.
“Quem sabe qual é a verdade sobre a Petrobras? Tenho dúvidas se o presidente [Michel] Temer sabe, porque a Petrobras passou por um período em que se transformou da sétima petroleira do mundo para a 28ª graças a roubalheira e utilização inadequada da empresa”, respondeu ele quando questionado se o governo Bolsonaro manteria a política de preços da estatal.
Segundo ele, o novo governo precisa se inteirar sobre a situação da estatal antes de tomar qualquer medida relacionada à política de preços.
“Hoje, a população vive um drama em relação aos combustíveis. O cidadão paga a conta absurda dos equívocos do passado. Mas é razoável pedir que tenham paciência para que Bolsonaro possa conhecer a realidade da Petrobras”, afirmou ele.
A política de preços da estatal, que permite que os reajustes sejam diários, recebeu severas críticas de vários setores da sociedade. Em setembro, a petroleira criou um mecanismo de proteção financeira (hedge) para controlar o preço da gasolina. Com isso, os reajustes, podem acontecer a cada 15 dias.
Lorenzoni afirmou que a área econômica é que a terá mais atenção do governo neste primeiro momento. “Temos que lembrar que temos que receber todos os números reais de desempenho econômico do governo. Todos os compromissos de curtíssimo, médio e longo prazo continuam, o Brasil continua a andar. Essa transição é como trocar a roda com o carro andando.”
Preço nas refinarias
A Petrobras reduzirá o preço médio da gasolina nas refinarias em 6,2% a partir desta quarta-feira (31), no maior corte já feito pela estatal desde o anúncio de uma política de reajustes até diários do combustível, em vigor desde julho do ano passado.
Com a alteração, o valor médio do combustível cairá para 1,8623 real por litro, o menor valor em quase seis meses, desde o 1,8523 real visto em 9 de maio.
O corte se dá em meio a uma valorização do real ante o dólar e também a um enfraquecimento das referências internacionais do petróleo, parâmetros utilizados pela companhia para a formação de preços dos combustíveis.
A redução ocorre ainda um dia depois de a Petrobras anunciar uma diminuição de 10,1% no preço do diesel nas refinarias, dada a definição de um novo preço de comercialização para o programa federal de subvenção ao combustível.