Quinta-feira, 13 de março de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2019
O novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que o seu desejo é transformar a estatal em “uma empresa campeã”. Apesar dos poucos comentários sobre desinvestimentos, ele frisou que ainda estuda os ativos e modelos de venda que serão adotados, inclusive para a BR Distribuidora. Ressalvou, porém, que a prioridade continua sendo a exploração e produção de petróleo e gás natural.
“Parecemos envergonhados em explorar commodities. Vamos explorar recursos naturais e produzir valor para o Brasil”, declarou o executivo, empossado na última quinta-feira. “A intenção é aumentar a produção.”
Castello Branco ainda demonstrou interesse em avançar no segmento de gás natural e citou o exemplo japonês (de utilização do combustível para fins automotivos) como alternativa a ser adotada também no País. Segundo ele, nos últimos dois anos, a gestão da companhia apenas atuou para evitar o seu rebaixamento.
Para transformar a petroleira numa campeã, o seu novo presidente está disposto a aplicar uma cartilha liberal de competição e preços livres, perseguida por toda a equipe econômica do governo recém empossado.
Em seu discurso de posse e, posteriormente, na breve entrevista coletiva que concedeu, Castello Branco reiterou que permanecerá praticando a política de preços dos combustíveis de paridade internacional. Também fez questão de dizer que aguarda por concorrentes no refino.
Em sua opinião, isso deve funcionar para beneficiar a população, que só assim deverá perceber a redução dos preços dos combustíveis. Ele criticou a adoção de subsídios pelo governo. “Os preços de mercado são um farol do que podemos produzir mais ou menos”, acrescentou.
Privatização
A privatização da Petrobras não está na pauta de Jair Bolsonaro, garante Castello Branco. Em uma primeira e rápida coletiva após a cerimônia de posse, o executivo afirmou que “a redução da participação do novo governo na estatal não está sendo discutida”.
Ele evitou adiantar possíveis mudanças que serão feitas na empresa, informando apenas que já viu o Plano de Negócios 2019-2023 da companhia e que, em princípio, achou “muito bom”, mas que ainda precisa olhar com maior detalhamento. “Tive uma visão superficial do Plano de Negócios, vamos avaliar”, limitou-se a afirmar.
Castello Branco prevê que não terá qualquer problema na relação com os sindicatos ligados à companhia e que pretende ter uma relação aberta com a categoria.
Diretoria
Apenas com o novo chefe de gabinete escolhido (o vice-cônsul do Brasil em Nova York-EUA, Roberto Ardhenguy), Castello Branco disse que ainda vai avaliar a nomeação dos seus diretores e que eles serão escolhidos “no momento oportuno e por serem comprometidos com geração de valor”.
O executivo informou, ainda, que vai avaliar a retomada da construção do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), cuja continuidade havia sido confirmada pela gestão anterior, de Ivan Monteiro – que não compareceu à posse de Castello Branco, alegadamente por problemas de saúde.