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Notícias O número de crianças venezuelanas que cruzam a fronteira brasileira chega a 180 por dia

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Venezuelanos são vacinados na praça Simón Bolívar, em Boa Vista. (Foto: Divulgação)

Junto com os venezuelanos que atravessam a fronteira em busca de refúgio no Brasil, chegam, por dia, 180 crianças com idade entre zero e 14 anos. Segundo a Polícia Federal, 15 % dos refugiados estão nessa faixa etária. Somam-se a elas os bebês filhos dos imigrantes que nascem em território brasileiro. Dados obtidos pelo jornal O Globo junto à Secretaria estadual de Saúde de Roraima mostram que, a cada quatro horas, nasce um bebê filho de pais venezuelanos em Boa Vista (RR).

Somente em janeiro, foram realizados 183 partos, seis vezes mais que os 30 registrados há dois anos, em janeiro de 2016, quando o fluxo migratório rumo a Boa Vista não era tão intenso. A reportagem teve acesso, anteontem, à única maternidade pública da capital, a Nossa Senhora de Nazaré. Encontrou, em apenas um corredor, oito mães venezuelanas que poucas horas antes haviam dado à luz.

Em um dos quartos, o pequeno Luiz Samuel, com um dia de vida, ainda se esforçava para abrir os olhos. A mãe, Ana Maria, 20 anos, saiu há um ano da cidade Santa Elena, no país vizinho. Assim como as demais venezuelanas atendidas na maternidade, ela pretende, quando receber alta, procurar um cartório para dar nacionalidade brasileira ao filho. “Não pretendo voltar com meu filho para a Venezuela. Lá falta comida, e não se consegue medicamento para as crianças”, diz a jovem.

No quarto ao lado, Luizana Medina, 24 anos, faz carinho na cabeça de Santiago, que nasceu com síndrome de Down. O diagnóstico do filho aumentou a preocupação da mãe sobre o futuro. Luizana não sabe como vai custear a educação e a saúde do menino.

A mãe deixou Puerto La Cruz, distante 1,2 mil quilômetros de Boa Vista, há um ano. Atravessou a fronteira com o marido, que logo conseguiu emprego como entregador de água mineral. Com o dinheiro que ele ganha, o casal conseguiu alugar uma casa simples no bairro Cambará, região central de Boa Vista. “Estamos bem aqui no Brasil. Apesar de todas as dificuldades, não está pior que a Venezuela”, afirma Luizana.

Para atender à demanda por partos de venezuelanas, a maternidade pública desocupou um prédio anexo há quatro meses. Porém, a necessidade de leitos permanece crescendo, e a direção do hospital teme a superlotação.

Ao sair da maternidade, parte dos filhos de venezuelanos que nascem no Brasil passa a viver em alojamentos insalubres ou nas ruas de Roraima. O mesmo destino é reservado a algumas crianças que cruzam a fronteira. O crescente fluxo de menores rumo a Boa Vista revela outro problema: a rede pública de ensino não tem capacidade para receber todos eles.

O ano letivo de 2018 começou com 1,2 mil venezuelanos matriculados em escolas municipais, segundo levantamento da prefeitura de Boa Vista. No ano passado, o município atendia a 564 alunos imigrantes. Em 2016, eram apenas 53 crianças da Venezuela.

Os governantes reconhecem que a rede de ensino suporta menos de 10% das crianças que chegaram ao país. Apenas na Praça Simón Bolívar, onde está instalado um acampamento provisório, sem banheiro e água potável, cem menores vivem o drama do afastamento da escola. Além das vagas nas unidades de ensino, as mães venezuelanas cobram demandas mais urgentes. As crianças dormem sobre pedaços de papelão e lonas, sujeitos às intempéries do clima e ao barulho estridente do trânsito de caminhões pesados. A alimentação é escassa: resume-se, basicamente, a pedaços de pão e sopa doados por ONGs.

Por meio de nota, a prefeitura de Boa Vista afirmou que a imigração “sem controle” tem impactado a rotina da cidade e causado sérios problemas sociais e humanitários. “O município tem se esforçado para auxiliar as famílias venezuelanas que procuram ajuda em Boa Vista, com ações em diversas áreas, como Educação, Saúde e o social”, diz um trecho da nota.

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