Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2018
O balanço oficial do número de mortos no terremoto que abalou a ilha de Lombok, na Indonésia, no dia 5 de agosto, aumentou para 436, anunciaram as autoridades locais nesta segunda-feira (13). Equipes de emergência continuam retirando corpos dos escombros.
Milhares de casas, mesquitas e prédios comerciais foram destruídos pelo terremoto de 6,9 graus de magnitude que abalou a ilha turística uma semana depois de um tremor que provocou 17 vítimas fatais. “As equipes de busca e de resgate continuam retirando vítimas sepultadas nos escombros de edifícios e pelos deslizamentos de terra provocados pelo tremor de 5 de agosto”, afirmou o porta-voz da agência para a gestão de catástrofes na Indonésia, Sutopo Purwo Nugroho. O balanço anterior, divulgado no sábado (11), registrava 387 vítimas fatais. Mais de 1,3 mil pessoas ficaram feridas e 353 mil moradores estão desabrigados.
Muitas pessoas desabrigadas dormem em barracas ou sob toldos colocados perto das ruínas de suas casas ou dos abrigos. As instalações médicas atendem os feridos. Três helicópteros lançaram alimentos nas zonas isoladas, onde os moradores precisam urgentemente de água potável, alimentos, medicamentos e cobertores, disse Nugroho.
Cenas de pânico
O ministro do Interior de Singapura, K. Shanmugan, que estava em Mataram, maior cidade de Lombok, afirmou que houve cenas de pânico e danos no hotel onde se hospedou. “Estava no meu quarto, no décimo andar, trabalhando em meu notebook. De repente, o quarto balançou violentamente, abriram-se rachaduras nas paredes, era praticamente impossível ficar de pé. Ouvi gritos”, narrou Shanmugan no Facebook.
Várias imagens postadas em redes sociais mostram escombros nas ruas de Lombok devido ao terremoto, além de cenas de pânico no aeroporto internacional de Bali. Além de Lombok e Bali, o tremor também foi sentido na ilha de Sumbawa e na província de Java Oriental.
A artista plástica brasileira Cristiana Ventura, de 34 anos, descreveu o momento em que a terra começou a tremer. Moradora de Bali desde fevereiro deste ano, Cristiana estava com os pais em um teatro da cidade de Ubud na hora do tremor. “De repente começou a sacudir muito. Achei que fosse algum caminhão passando do lado de fora, mas foi ficando mais forte, mais forte, e aí vi as pessoas correndo, gritando, desesperadas”, relatou. A brasileira contou que as pessoas jogavam cadeiras e derrubavam móveis para sair do edifício.
Círculo de Fogo
A Indonésia, um arquipélago de 17 mil ilhas e ilhotas, está em uma das regiões mais propensas a tremores e atividade vulcânica do mundo: o Círculo de Fogo do Pacífico. Cerca de 7 mil tremores atingem essa área por ano, em sua maioria de magnitude moderada.
A região, de cerca de 40 mil quilômetros de extensão, tem formato de ferradura e circunda a bacia do Pacífico, abrangendo toda a costa do continente americano, além de Japão, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia e ilhas do Pacífico Sul. Em 2004, um tremor de magnitude 9,1, perto da costa noroeste da ilha de Sumatra, gerou um tsunami que matou 230 mil pessoas em 14 países no oceano Índico.