Sábado, 30 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de março de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Em um mundo cada vez mais conectado, onde a linha entre o real e o virtual se torna cada vez mais tênue, o recente incidente em uma escola particular de Porto Alegre serve como um poderoso lembrete dos desafios que enfrentamos na era digital.
A divulgação e compartilhamento de imagens de nudez falsificadas de alunas, feitas com o uso de inteligência artificial (IA), não é apenas um ato de violação de privacidade, mas também um exemplo pungente dos perigos que jovens e adolescentes enfrentam online. A facilidade com que ferramentas capazes de adulterar imagens podem ser encontradas é alarmante. Uma simples busca na internet revela uma vastidão de opções disponíveis, levantando a preocupação, conforme alertado por especialistas, de que casos assim tornem-se epidêmicos.
Este incidente ressalta a importância de um diálogo aberto e contínuo dentro das famílias sobre o uso da internet e das tecnologias digitais. A inclusão da IA em nossas vidas traz muitos benefícios, desde melhorias na educação até avanços na medicina, mas também exige de nós uma reflexão profunda sobre os valores que queremos cultivar em nossas crianças e adolescentes.
Os pais têm um papel fundamental neste cenário, atuando como âncoras que mantêm os jovens a salvo dos vendavais digitais. O diálogo sobre os riscos associados à internet, incluindo o cyberbullying e o compartilhamento não consentido de imagens, deve ser acompanhado de conversas sobre como utilizar a tecnologia de maneira ética e responsável. A supervisão parental não deve ser vista como uma invasão de privacidade, mas sim como uma forma de orientação e proteção.
Lembre-se: A educação digital começa em casa. Além de implementar filtros e monitorar o uso da internet, é essencial que as famílias se envolvam ativamente na vida digital dos filhos, compreendendo os aplicativos que usam, os jogos que jogam e os conteúdos que consomem. Essa aproximação permite não só proteger os jovens dos perigos online, mas também perceber aspectos positivos da tecnologia, estimulando o uso da IA para o aprendizado, a criação e a inovação.
O caso de Porto Alegre nos chama a agir, reforçando a necessidade de políticas públicas que promovam a educação digital nas escolas e a regulamentação do uso ético da IA. Contudo, a mudança mais significativa começa no lar, com os pais assumindo um papel ativo na orientação digital dos filhos.
Celebrar a tecnologia e a inovação, sem perder de vista os potenciais perigos do mundo digital, é um equilíbrio que as famílias devem buscar incessantemente. O entusiasmo pela tecnologia não deve nos cegar para os riscos que ela traz, especialmente para os mais jovens.
O desafio é grande, mas a colaboração entre família, educação e sociedade pode pavimentar o caminho para um futuro digital mais seguro e ético.
Dineia Anziliero Dal Pizzol – advogada e professora
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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