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Notícias O pedido de Gustavo Lima em telefonemas a senadores bolsonaristas

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Sertanejo quer evitar a qualquer custo uma convocação à CPI das Bets. (Foto: Reprodução/Youtube)

Astro musical, garoto-propaganda, multimilionário e empresário, o cantor Gusttavo Lima chamou a atenção na semana passada ao fazer um anúncio inusitado: quer disputar a Presidência da República em 2026. As reações foram da incredulidade aos memes, mas a ideia ganhou tração nos dias seguintes, atraindo interesse de siglas partidárias como PP e União Brasil – e escancarou o labirinto em que se encontra a direita brasileira.

O partido mais próximo de abrigar o astro é o União Brasil. O presidente, Antonio Rueda, encomendou até pesquisa de opinião para testar a receptividade do eleitor. Segundo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, filiado à legenda, amigo do cantor e presidenciável declarado, a agremiação aposta na pluralidade de nomes para ganhar competitividade. “Vamos viabilizar uma chapa que tenha chance de ganhar as eleições”, disse Caiado.

Outra possibilidade seria a disputa ao Senado por Goiás, onde o cantor fixou domicílio (ele é mineiro). Essa possibilidade também havia sido aventada pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, e até pelo próprio PL. que antes da declaração cogitava filiá-lo para a disputa ao Senado, uma das prioridades do bolsonarismo no próximo pleito.

Caso consiga viabilizar sua incursão na política, Lima não terá vida fácil. O primeiro obstáculo será contornar os questionamentos sobre as várias confusões que permeiam sua carreira. No ano passado, o cantor chegou a ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em suspeitas ligadas a site de apostas. A principal delas é que duas empresas suas, a Balada Eventos e a GSA Empreendimentos, tenham ocultado 49,4 milhões de reais em 2023 e 2024 oriundos das chamadas bets.

Depois do anúncio, o cantor teria ligado a senadores bolsonaristas para pedir “blindagem” e escapar da CPI das Bets, que tem Soraya Thronicke (Podemos-MS) como relatora. As ligações mostram que ele quer evitar a qualquer custo uma convocação à comissão de inquérito, na avaliação de interlocutores do sertanejo.

Deflagrada pela Polícia Civil pernambucana, a Operação Integration também investigou contratos de publicidade dos sites Vai de Bet e Esportes da Sorte com o cantor. Além disso, os donos das duas empresas compraram o mesmo avião de um dos CNPJs do cantor. Primeiro, uma firma de Darwin Henrique da Silva Filho, sócio da Esportes da Sorte, adquiriu a aeronave e devolveu dois meses depois, alegando problemas técnicos. Depois, o mesmo veículo foi comprado por José André da Rocha Neto, dono da Vai de Bet.

O pedido de prisão foi feito porque a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal de Recife, entendeu que ele ajudou na fuga de Rocha Neto e sua esposa, ambos com pedidos de prisão decretada, cedendo uma aeronave para viagem deles à Grécia. “Nivaldo Batista Lima (nome verdadeiro de Gusttavo Lima), ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”, afirmou a juíza.

O cantor obteve um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Pernambuco. No fim do ano passado, a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado pediu o arquivamento do inquérito por falta de provas. Na última quinta (9), a juíza atendeu ao pedido, mas ressalvou a “possibilidade de reabertura do procedimento caso surjam novas provas”. As suspeitas continuarão sendo investigadas pelo Ministério Público.

As suspeitas contra Gusttavo Lima não param por aí. Há mais de dois anos, os contratos do músico com prefeituras de cidades do interior levantam suspeitas de superfaturamento e má administração do recurso público em ao menos sete estados brasileiros. Alguns processos foram encerrados, enquanto outros ainda estão em andamento. A maioria dos shows fica em torno de R$ 1 milhão, às vezes em cidades que têm menos de 10 mil habitantes.

Na época em que as autoridades colocaram uma lupa para vasculhar as suspeitas de superfaturamento em shows, Gusttavo Lima desfez um de seus empreendimentos que mostravam não só a diversificação dos negócios – ele é dono de fazendas de gado em Mato Grosso e Minas Gerais e tem patrimônio avaliado em cerca de R$ 1 bilhão, como também seu alinhamento ideológico. O cantor era sócio do Frigorífico Goiás, que vendia a “picanha do mito”. Os pacotes vinham com uma caricatura de Bolsonaro e custavam R$ 1 800 o quilo da picanha de wagyu, o gado com a carne mais cara do mercado.

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https://www.osul.com.br/o-pedido-de-gustavo-lima-em-telefonemas-a-senadores-bolsonaristas/ O pedido de Gustavo Lima em telefonemas a senadores bolsonaristas 2025-01-12
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