Por Redação O Sul | 31 de maio de 2015
Imagine aqueles beijos que começam atrás da orelha, estendem-se pela lateral do pescoço e chegam à nuca, provocando um arrepio que percorre toda a coluna vertebral. Tenho certeza de que você sabe – e gosta – do que estou falando. Tanto que o corte de cabelo do momento é o curtinho. Assim como você e eu, outros tantos homens e mulheres mundo afora dedicam atenção “y otras cositas más” a essa região do corpo repleta de terminações nervosas que a tornam ultrassensível. A história é longa, assim como são longilíneos os pescoços mais sensuais.
“Mulher de Branco”, de Picasso. Foto: Reprodução
No Kama Sutra, por exemplo, a parte detrás da orelha é chamada de “linha quente”. Clássico da literatura erótica árabe, “O Jardim Perfumado”, escrito pelo sheik Nefzaoui no século 16, lista bálsamos e perfumes que tornam a área ainda mais atraente. Na tradição japonesa, as gueixas são treinadas a exibir a nuca com elegância, existindo até mesmo uma expressão que descreve sua beleza erótica: komata no kereagatta hito, que quer dizer algo como “uma gueixa com adoráveis genitais”.
Na arte, os personagens retratados por Modigliani tinham o pescoço em destaque: o delas, longo. O deles, forte, com o pomo de adão, marca definitiva de masculinidade, ressaltado. Já Picasso, sempre às voltas com as mulheres, desenhou um pescoço respeitável para a “Mulher de Branco”, quadro no acervo do Museu Metropolitan, de Nova York (EUA). Se a dama em questão era Olga, com quem o pintor vivia na época, ou Sara Murphy, amiga do casal, nunca saberemos.
Anita Ekberg seduz Marcelo Mastroianni em “La Dolce Vita” com sua beleza e recebe um beijo no pescoço durante a cena. Foto: AFP
No cinema, um encantado Marcello Mastroianni passa do carinho no rosto aos beijos no pescoço de Anita Ekberg. Um detalhe erótico que faz toda a diferença na cena mais famosa do clássico “La Dolce Vita”, de Fellini. Em “O Advogado do Diabo”, de Taylor Hackford, Al Pacino se dedica a um longo discurso sobre a nuca para convencer Charlize Theron a cortar os cabelos. “É o pescoço que faz a conexão entre nossos pensamentos e o corpo”, diz Pacino, o diabo do filme.
Charlize, aliás, sabe o valor de um belo pescoço. Esteve no festival de Cannes deste ano, na França, exibindo o seu ao lado do namorado, Sean Penn. Felizmente, a atriz não segue a linha das mulheres-girafas da tribo padaung, na Birmânia. Sinceramente, que graça tem uma zona erógena coberta por anéis de bronze? (AG)
